A decisão do governo de Cuba de retirar os profissionais da área de saúde do programa Mais Médicos, já começa a afetar parte da população da cidade de Barreiras, no oeste da Bahia. Oitos postos do município, onde apenas médicos cubanos trabalhavam, suspenderam o atendimento. Os médicos já começaram a deixar o estado.

Uma das unidades de saúde que suspenderam o atendimento foi o posto Clara Cecília, que fica localizado no bairro Vila Rica, em Barreiras. O único médico cubano que trabalhava no local foi dispensado na última terça-feira (20).

Quem precisou atendimento na manhã de ontem, quarta-feira (21) teve que retornar para suas casas sem ser atendido. Na porta do posto de saúde foi colocado um cartaz: "A partir de hoje, não terá mais atendimento médico e isso é por tempo indeterminado".

A dona de casa Thais Tavares ficou surpresa com a situação: "A gente precisa muito do atendimento médico e só está tendo a enfermeira. Aí fica muito ruim. E as pessoas que não têm condições, né?", disse.

Situação similar no posto de saúde Antônio Lúcio Peixoto, que fica no bairro Vila Rica, onde também não há mais atendimento desde a última segunda-feira (19). No local, atendia uma médica de Cuba. Os moradores que dependem o posto de saúde estão apreensivos com a situação.

A Secretaria de Saúde de Barreiras informou que, com a saída dos cubanos e a suspensão dos atendimentos nos postos, os moradores serão redirecionados para outras 18 unidades de saúde do município.

"Esses atendimentos eles são não necessariamente pré-agendados, mas os atendimentos serão direcionados as demais unidades. Nós temos um leque de 26 unidades no nosso município. Apenas 8 ficaram carentes por conta da saída desses médicos, por um período de tempo. Então, nós não poderemos colocar um novo médico nessas unidades por conta de um credenciamento do programa Mais Médicos, que continua existindo. Assim que o Ministério da Saúde liberar os médicos, essas unidades aguardarão esses médicos para suplantar essas vagas que foram, então, agora, extintas pelo programa de Cuba", disse o secretário de Saúde Anderson Vian.