Querido Jesus, esse é um momento muito difícil para minha nação! Nos últimos anos, os escândalos aqui se atropelaram com a operação Lavajato. Minha nação, Jesus, tem pouco mais de 500 anos. Tem muitos recursos naturais, muita terra agricultável, um povo trabalhador, sofrido como no Nordeste. O problema aqui Jesus, não é a falta de recursos. Recursos nos temos demais. O problema é a corrupção, que até parece entranhável em nosso povo. O verbo corromper aqui é conjugado em todos os tempos e modos! Desde uma fila até as grandes verbas federais, a corrupção esta presente. E tão presente, Jesus, que até desenvolveu-se um vocabulário próprio para a corrupção. Expressões como “pistolão”, “uma mão lava a outra”, “cala boca”, “vista grossa” são típicas e comum em nosso linguajar.

Tivemos o Petrolão, Mensalão, Mensalinho, Escandalo dos Correios, Valerioduto e recentemente Jesus, tivemos a operação Lavajato, um dos maiores escândalos da historia republicana de meu país. Este esquema, Jesus, era sistêmico. Fizeram uma farra com o dinheiro publico. Até dinheiro para o exterior mandaram. Houve lavagem de dinheiro, trafico de influencia, pedaladas fiscais... E até difícil, Jesus, distinguir corruptos e corruptores.

A situação do meu país, Jesus, em nada difere da calamidade que abateu sobre Jerusalem nos anos que antecederam a destruição do santo templo em 586 a C. Nesse tempo Jesus, o rei comprava juízes, que por sua vez precificava consciência dos sacerdotes e estes, já tendo vendido suas consciências, negociavam apoio de falsos profetas. E o povo? Sempre sofrido, viravam joguetes nas mãos destes inescrupulosos lideres. Alguns ate acreditavam que mentiras eram verdades. A dialética era perfeita. Com premissas bem elaboradas, construía se sofismas, capaz de enganar até os mais perspicazes.

A corrupção entranhava –se na desdita Judá do Antigo Testamento! A corrupção estava desde o casebre até os palácios! Era assim Jesus, a Jerusalem do tempo de Jeremias!

Hoje, Jesus, não é diferente! Se os juízes eram comprados, vários dos nossos, estão em promoção. Se os sacerdotes, corropiam-se, em meu país, Jesus, os escândalos em igrejas multiplicam-se. Se alguns uniam se ao Estado, no meu país, Jesus, o final de um ministério bem sucedido, sempre é uma cadeira em Brasilia. O ministério Jesus, é so visto como plataforma de ascensão politica. Com um discurso piedoso, de defender a Igreja, ludibriam a fe dos incautos e la chegando, voltam se aos seus interesses e de lideres, ávidos por ampliar sua influencia para fora da esfera religiosa. Sempre me perguntei Jesus, porque no meu pais, sucesso ministerial sempre termina em carreira politica?

Assim Jesus, segue o meu país! A lama da corrupção das instituições respingam na tua Igreja. Esta, tendo sua voz enfraquecida pelo comprometimento, não repreende os Herodes e não chama a atenção de Acabe. Encantada com o poder terreno, esquece se do reino vindouro. Atraída pelo ouro, esquece as almas. Juntando tesouros na terra, esquecem dos tesouros do ceu. Admirando os palácios terrenos, esquecem se das ruas douradas da Nova Jerusalem. Poucos atalaias, Jesus, estão de prontidão!

Assim Jesus, muitos do meus país, como eu, voltarão as urnas! Como cristão estou consciente de que chegara um dia que reinos e palácios darão lugar reino eterno do Senhor. Mas por enquanto, Jesus, estou aqui, que se constitui minha pátria, meu solo, minha cultura. Então, Jesus, vou dar a Cesar o que é de Cesar!

Sei Jesus, que por termos a natureza pecaminosa, não temos candidato ideal. Todos pecaram e destituídos estão da gloria de Deus. Mas, enquanto cristãos, temos algumas obrigações: a de nos informar e votar e além disso contribuir fiscalizando a atuação dos candidatos eleitos.

Então Jesus, oro por minha nação e por tua igreja. Que os poderes julguem os que não conduzem bem a coisa publica. Que a espada de Cesar, funcione e aplique a justiça. Que os poderes constituídos sanem a nossa Republica e restituam-lhe, o mais depressa possível, a saúde moral. Quanto a tua Igreja, Jesus, que o julgamento comece pela tua casa. Que os ministros não escondam na alegada inviolabilidade da unção. Que não mercadejam com o rebanho e que não negociem o apoio dos diáconos e nem traficam a dignidade dos presbíteros. Pois entre os diáconos, tem sempre um Estevão e entre os presbíteros tem sempre um Pedro para confirmar os cordeiros do Senhor.

Sare minha nação, Jesus. Sare tua Igreja, Jesus!
Confiarei sempre em ti!

Pr. Adejarlan Ramos
Assembleia de Deus em Barreiras
Colunista do Blog do Sigi Vilares