Notícias

18
Set/18

Comandante Rangel: "As armas estão com os bandidos"


Comandante Rangel

Após pedido do presidenciável Jair Bolsonaro, o empresário Comandante Rangel (PSL) que nunca havia se candidatado em a um cargo público, resolveu pleitear o cargo de senador da Bahia e pretende encabeçar um projeto de porte de arma para a população brasileira, mas criando regras.

O senhor é um empresário, comandante de aeronaves, nunca se candidatou a um cargo público, porque deseja ser senador da República?

Primeiro, isso surgiu de um convite do Bolsonaro. E esse convite como aconteceu? Por diversas vezes eu vou à Brasília sempre tratando dos assuntos seja da agricultura, seja da indústria, e tenho um trâmite de muitos anos no Congresso dentre eles eu conheci o deputado Bolsonaro e  através dessa amizade eu disse a ele que estava pronto para ajudá-lo na campanha e que se ele se candidatasse à presidência no partido que ele estivesse eu me filiaria, mas não imaginava que fosse um cargo eletivo.

E isso tem quanto tempo?

Essa conversa tem um ano mais ou menos.

E essas viagens para Brasília tinham qual finalidade?

Resolver os assuntos da agricultura e do agronegócio em Barreiras, das indústrias, sempre nas demandas que se resolvem pelo campo da política. Isso daí foi um dos motivos. Então, eu conheço muitos deputados, dentre eles conheci Bolsonaro. De uma conversa ou outra com ele nasceu uma amizade, pois temos muitos pontos ideológicos em comum. E foram esses pontos que nos aproximou. Daí, veio uma amizade com o filho Eduardo também deputado. E fomos trocando as ideias. Eu falo muito da Bahia, sou natural de Vitória da Conquista, moro no oeste da Bahia, fui secretário de agricultura no exercício de 2004 da prefeitura de Barreiras e falamos sempre das demandas e necessidades da Bahia que não é diferente do Nordeste. Então desse conhecimento surgiu a amizade. E interessante, eu nunca pedi nada a ele. Mas, falei muito e principalmente da aviação, a fabricação de aeronaves, das dificuldades que os fabricantes de aeronaves do Brasil, que eram 44 empresas estavam reduzida a 4, talvez 3 ninguém sabe muito bem, tem duas aí que não diz que fechou massa gente sabe que não está funcionando. Então expliquei muito para ele sobre essas questões. Os abusos que as agências reguladoras, no caso, a Anac, a própria Anvisa, sempre trocando essas ideias e enxergando um Brasil num nevoeiro muito corrupto, pessoas que estão tomando decisões antipatriotas que não interessa nem a população, ao comércio exterior, aos anseios de uma pátria.

O senhor assumindo o senado quais são suas principais bandeiras, ou seja, quais os projetos que vai defender? 

Dentre os projetos que eu defendo está encabeçar um projeto de porte de arma para a população brasileira criando regras para a mesma, bem como o direito do cidadão defender sua propriedade e sua família, isso nós temos em comum e vimos discutindo isso há muito tempo.

O Bolsonaro sofreu um atentado com uma faca, imagine se a pessoa tivesse armada poderia ter acontecido uma tragédia pior do que foi e ele perder a vida. O senhor não acha armar a população gera mais violência?

Ali tinha muitas pessoas armadas. Hoje, Bolsonaro está andando com 20 policiais federais. Só que são pessoas preparadas, jamais uma pessoa preparada sacaria uma arma no meio de uma multidão daquela para disparar um tiro. Essa é a diferença. As armas precisam estar na mão das pessoas que estão preparadas para usar a arma. Estou falando de uma pessoa que passou pelo psicoteste e tem condição de fazer. Essa questão de se a arma provoca mais ou menos homicídio, isso já está provado nos países que conhecemos onde os índices são baixos , esses países que as pessoas podem andar armadas, se quiserem e estiveram preparadas que o delinquente não vai atacar as pessoas. Hoje as armas estão nas mãos dos bandidos e o governo tirou a arma do cidadão de bem. Este é o problema. Se nós tivéssemos aqui ou em qualquer ambiente que uma pessoa preparada estivesse armada , você não se sentiria mais seguro? Naturalmente que sim. O que acontece hoje nós temos a certeza que ninguém está armado que o delinquente vai entrar e vai fazer o que ele quer, nós vamos ser uma presa fácil dele. É essa a questão. Não é distribuir arma para ninguém. A imprensa que tem interesse em outros grupos políticos, o que não é o caso, ela utiliza muito desses artifícios. Como outros artifícios, que dizem que ele [Bolsonaro] é homofóbico, que é isso, aquilo, mas a gente sabe que no jogo da política, infelizmente essas coisas acontecem, há distorção. Eu, por exemplo, na minha cidade Vitória da Conquista quando éramos jovens, menor de idade, a maioria das pessoas andava armadas. E Conquista tinha o menor índice de homicídio comparado com Salvador, que de 10, 12 anos pra cá, d 2006 pra cá, aumentou 90% o número de homicídios. Porque? As armas saíram da mão do cidadão e foram para a mão do delinquente. Esse é o problema. 

O índice de rejeição do Bolsonaro está crescendo e é o maior entre todos os candidatos a presidente, segundo as últimas pesquisas. Inclusive nas projeções de segundo turno ele perde para todos os candidatos, só empata com o Fernando Haddad (PT) O senhor falou que as pessoas dizem que ele é homofóbico, racista, preconceituoso, não é exatamente isso que explica essa rejeição, já que muitas pessoas ficam ofendidas com o que ele fala?

Quando você observa as passeatas e as aglomerações onde o Bolsonaro está presente, você pode observar que a foto que sai na mídia, na internet é uma, a que sai na Rede Globo é outra. Então o que quero dizer pra você é que esses institutos Datafolha, Rede Globo, Ibope não tem mais credibilidade nenhuma no Brasil pra falar de pesquisa. Nós sabemos que indicava o último governador da Bahia que ganharia no primeiro turno e perdeu no primeiro turno, quer dizer da verdade a realidade há uma distância muito grande. Esses institutos estão todos vendidos com exceções de alguns que não são tão populares como é o Ibope e o Datafolha. Eles não tem credibilidade. Então o  que acontece, tudo que estão fazendo agora é uma manobra para desestimular os patriotas e os cidadãos que estão querendo mudança. O que acontece com esses institutos, quando vai chegando o final da eleição eles vão ajustando o número porque agora a intenção declarando esses fakes eles estão simplesmente fazendo política para algum grupo político. Quando chegar próximo da eleição, é natural que vocês vão ver ele dizer “ah, Bolsonaro cresceu 15%”, igual eles iam vinham dizendo que a Marina tinha 15% dos votos, Marina nunca teve 15% dos votos, porque aquilo era um fake pra mostrar que o Bolsonaro não ganha no primeiro turno. Nós sabemos hoje que Bolsonaro tem chances reais de ganhar no primeiro turno e aí essas pesquisas pra mim valem tanto quanto uma nota de 3 reais.

Aqui no estado, o seu partido se aliou com o PRTB do ex-prefeito de Salvador João Henrique, que segundo as pesquisas na época foi avaliado como o pior prefeito do país e agora também tem índices de rejeição altos. Como o senhor pretende ganhar a eleição se alinhando com pessoas com alta rejeição?

O que sempre digo é que eu não conhecia e não participei de nenhuma fase das coligações do partido. Quando Bolsonaro me ligou pedindo para que eu fosse o candidato a senador dele para representar a  Bahia faltava apenas 8 horas para o registro da ata no cartório. O que eu posso dizer é que o PRTB do General Mourão e o PSL  de Bolsonaro estão coligados no Brasil todo, então não houve uma discussão estadual para saber quem seria o governador e o deputado. Apenas recebi o convite de Bolsonaro para participar. E eu cheguei, como disse pra você, na última hora, não participei disso daí.

Então, o senhor não vai votar no João Henrique?

Eu vou votar no que tiver condições de derrotar o PT. Esse é o meu voto pessoal. 

O segundo colocado nas pesquisas José Ronaldo (DEM), então?

Se for ele, vai ser dele. Aquele que tiver condição de derrotar o PT eu voto.

O senhor não estaria descumprindo o acordo que o seu partido fez com o PRTB?

Poderia até achar dessa forma. Eu diria pra você que uma das coisas que eu tenho em comum com Bolsonaro é não concordar com tantos partidos que existe no Brasil. E essa quantidade de partidos , são 35, não vem a colaborar em nada para o processo democrático do Brasil, muito menos para o legislativo. Então essas questões e problemas partidários existem em todos os estados. Sem exceção e eu não gosto de participar desses tipos de problemas em época de eleição . Eu prefiro antes ou depois da eleição. Fazer os ajustes, fazer as conversas. Infelizmente eu não tive oportunidade de participar, mas se tivesse eu teria colaborado e de qualquer forma eu teria emitido minha opinião. Mas, já cheguei e o bonde já havia partido. Peguei o bonde andando.

Bolsonaro quando foi questionado sobre a diferença salarial entre homens e mulheres no mercado de trabalho disse que o governo não poderia intervir nessa questão, que caberia mais aos empresários. Mas, o senhor não acha que o governo pode criar incentivos para que essa desigualdade salarial seja resolvida?

Eu vi todas as entrevistas do Bolsonaro, inclusive, algumas que foram perguntas capciosas dizendo que ele disse que as mulheres tinham que ganhar menos que os homens. Ele nunca disse isso. Inclusive, muitos memes saíram com aquela entrevista dele na Rede Globo , onde ele disse pra Bonner e Renata , vocês têm salários diferentes, não sou eu nem o governo que vai igualar o salário de vocês.

Mas, você não acha que o governo pode incentivar para diminuir essa desigualdade?

Nós temos que partir do princípio que o você ganha é mérito do que você faz e do que você conhece do seu aprimoramento não são as empresas que determinam o salário por sexo , estou dizendo porque sou empresário. 

Mas, no caso de um homem e uma mulher exercendo a mesma função, o senhor acha que o salário tem que ser diferente?

Se tiver a mesma competência, tem que ganhar o mesmo salário. O que difere é a competência., os méritos, o preparo, o estudo. Então não justifica, ele deixou muito claro. Não existe diferenciação, não importa o sexo, pode ser homem, mulher, pode ser gay, pode ser o que for. Se for competente, tem que ganhar de acordo com sua competência. Isso, foi muito explorado na mídia , a mídia procura distorcer e ele teve que repetir isso várias vezes, mas ele é uma pessoa que puxa muito a atração. Bolsonaro hoje d´audiência, as pessoas insistem em colocar essas pechas nele.

A população LGBTQ é uma das que mais morre no País por questões de preconceito. O senhor tem alguma política para esse público?

A política é o artigo 5° da constituição “todos somos iguais”, nenhuma pessoa é diferente pelo credo, pela cor , nem pela raça ou sua opção sexual. Todos são iguais. Eu tenho grande amigos, talvez do que eu mais estimo, que são homossexuais. Tenho homossexual na minha família. Bolsonaro tem na família dele. E ele já deixou isso muito claro. A única coisa que Bolsonaro não quer eu o chamado kit gay, que foi implantado no governo de Haddad. É isso que ele não quer. Em 2012 ele negociou.

O senhor não acha importante discutir essa questão nas escolas?

Não acho que é importante para criança de 6 anos de idade. A criança de 6 anos é um ser incapaz. Que você pode induzi-la ao bem ou ao mal. Ainda que não há nenhuma maldade na opção sexual de ninguém. Então uma criança de 6 anos de idade tem que está aprendendo outras coisas.

Mas, ela não tem que aprender a conviver com o diferente?

Ela não tem idade pra você ensinar sexo.

Não é uma questão de ensinar sexo, mas conviver com as diferenças.

Isso é uma questão familiar. Essa educação é uma educação do lar para uma criança de 6 anos de idade. Quando a criança estiver com 12 anos, 13 já é um adolescente, já tem outra visão das coisas aí a educação sexual é necessária para o bem da saúde, mas não como indução de comportamento. É isso que somos contra. As pessoas têm que ser livres para decidir. Não importa o que ele vai ser na vida, mas tem que ter a liberdade. Não induzi-lo a ser homem, mulher , gay.

O senhor acha que isso é uma indução?

Com crianças de 6 anos de idade certamente é.

Então, o senhor acha que não é uma coisa natural?

Não é natural. E todas as instituições sérias como as religiosas condenam uma criança de 6 anos receber uma carga de indução para ser gay ou ser hétero ou ser o que for. Se fosse os héteros naturalmente os gays estariam reclamando. Se os héteros estão reclamando então está tendo indução dos gays. Não é para ter indução nenhuma. A criança tem que estar estudando com 6 anos de idade é matemática, física, português, não é para estar estudando esse tipo de coisa na escola.

O senhor acha que se uma pessoa pudesse escolher sofrer ou não preconceito, ela iria escolher sofrer?

Não. Preconceito é outra coisa. 

Falo no sentido de ser gay.

A criança não tem preconceito. Não precisa ensinar nada a criança porque ela não tem preconceito. A criança brinca com uma criança negra com uma branca ou de qualquer outra raça. Eles brincam juntos, não tem preconceito nenhum. Eles não diferem que está brincando com o índio ou com um negro ou branco. Criança não tem isso, não precisa levar isso. Isso é uma indução. Qualquer tipo de indução, inclusive religiosa é errado para uma criança de 6 anos. Foi isso que Bolsonaro denunciou e gerou essa polêmica. Aprovaram uma polêmica. Não temos preconceito contra ninguém. Agora induzir criança de 6 anos de idade, isso é um absurdo. Somos contra radicalmente.

Qual o seu posicionamento em relação a descriminalização do aborto?

Somos contra. Nós não temos direito de matar nenhum incapaz. Muito menos qualquer um ser humano. Por mais criminoso e mais hediondo que seja os crimes dele não temos o direito de tirar a vida. A vida pertence a Deus. Não pertence aos homens. 

E com relação às mulheres que morrem por fazer aborto clandestino?

Todo tipo de aborto tem que ser condenado. O que nós precisamos é de assisti-las. As mulheres por vários motivos podem ter uma gravidez indesejada, mas cabe e as igrejas fazem isso muito bem, principalmente os evangélicos, eu digo também como cristão que sou, tem uma participação na sociedade muito mais eficaz nestes casos do que o governo do estado. Porque o governo do estado, principalmente o governo do PT, esse governo que está aí, eles levam isso aí para um outro tipo de razão, outro tipo de solução que geralmente é o aborto. E o aborto nós como cristãos condenamos. A vida  pertence a Deus.  

Mas, o senhor tem um projeto para essas mulheres não fazerem o aborto clandestino e morrerem?

Primeiro evitar, é o anticoncepcional, é uma assistência social. Mas, nós temos hoje as ONGs que estão implantadas. Todas elas estão a serviço da política, nenhuma está a serviço da realidade. Estou falando do Nordeste. Então, o que precisaríamos fazer é educação social e a questão do anticoncepcional. Aquelas pessoas que estão ativamente na vida sexual tem que ter uma informação. 

O senhor acabou de dizer que é contra a educação sexual na escola?

Somente para crianças de 6 anos. A partir dos 12 anos, eu estudei sempre em colégios estaduais e tive educação sexual. Tive educação moral e cívica, OSPB.

Então o senhor acha que só maiores de 6 anos devem ter educação sexual?

Não de 6 anos. As informações sexuais educativas, porque tem a educação sexual familiar, que é o pai e a mãe, são os conceitos morais do qual ele vive. Quem tem família vive os conceitos morais. A educação sexual , na base da saúde, começa na escola. Onde se começa a estudar a genitália feminina, a masculina, a gravidez, as fases da vida, da ovulação, isso é a partir dos 12 anos. Isso sim é educação sexual. Mas, indução ao sexo sou radicalmente contra na escola.

Mas, tem muitas mulheres que engravidam por volta dos 12 anos?

Por falta da assistência e da realidade. Crianças com 12, 13 anos de idade principalmente aqui no Nordeste são vítimas realmente. E o que é pior são vítimas dentro de casa, do padrasto, do primo, do sobrinho geralmente está ligado e um número enorme de abortos , agora você vai ver a escolaridade dessas pessoas não tem nenhuma. Ela não sabia, tem pouca informação, não sabe o que é uma ovulação, por isso que tem que ter educação sexual biológica como matéria de ensino não como indução. Dizer ah imagine de uma forma que a educação sexual fosse assim “olha, o gay não presta, você tem que ser macho”, isso é uma forma de educação. Porque tem que induzir a criança você tem que beijar a boca de uma menina se você é menina também para ver se você vai gostar”, isso é uma indução. E isso está lá na cartilha do Haddad. É isso que nós somos contra. Então são coisas desse tipo é que passa desavergonhadamente pelas famílias e os pais não querem, quem é que quer? Como diz sempre o Bolsonaro “Quem é que quer ver um menino brincando de boneca, porque a professora mandou?” Deixa a criança brincar com que ele quiser. Se quando ele tiver maturidade, 12, 13, 15, 16 anos não sabe quando ele resolver ter a vida sexual que interessa pra ele, vai ser feliz dessa forma.

E se ele quiser brincar de boneca?

Não há problema nenhum, mas que não seja de indução da escola. Essa é a questão, porque ele é um incapaz. Você vai dar pra ele os conceitos morais que a escola passa pra ele, agora a decisão vai ser dele, mas não indução. 

Qual a sua opinião sobre a redução da maioridade penal?

Se você pegar na década de 70 e 80 uma pessoa que tinha 30 anos eu diria pra você que ela não tinha a metade da informação que tem um menor de 16 hoje. Através da mídia, da internet, de tudo. Então o que nós temos, hoje, marginais travestidos de menores que são pessoas de 16, 17 anos que conhece tudo, tem oportunidade e estão no mundo do crime. Então porque que o jovem de 17 anos com dois metros de altura pratica um crime e ele é de menor . Por que ele não faz isso nos EUA e o índice é baixo? Está errado. Nós temos que acabar com esse negócio. As crianças, hoje, a gente chama de criança até os 12 anos. A partir daí é adolescente. A partir dos 16 ele já tem suficiente conhecimento para saber que o crime é o crime. Sou a favor que reduza para 16 anos. Você sabe que nos EUA com 10 anos crime hediondo, ele é condenado. O pai já avisa quando ele é criança: “Não faça nada errado que a polícia vem te buscar”.

O senhor acha que simplesmente reduzir a maioridade penal e não fazer políticas sociais adianta?

Política social só adianta com resultado da população. Não adianta uma família que tem, um exemplo, três filhos, o pai e a mãe desempregado, os filhos estão na rua tentando sobreviver . Eles vão sobreviver de qualquer jeito possível. A melhor política social é o emprego e a educação. Com isso, ele não tem necessidade de estar na rua, a filha se prostituindo, o filho tem que estar na rua fazendo qualquer tipo de serviço informal e levando às vezes ao crime. Então, a melhor política social é o emprego, temos que tirar o país da recessão se a gente quiser fazer alguma coisa. Essa é a verdade. Não adianta você fazer política social porque o governo não cabe mais, o governo é maior do que o Brasil. Esse é o grande problema no Brasil. Temos que diminuir o governo e crescer o Brasil como é agora nos EUA.  Por exemplo, o Trump entrou e no primeiro ano injetou 6 trilhões de dólares na economia americana, hoje, nos EUA falta funcionário, sobra emprego. As pessoas estão mudando de um emprego melhor para o outro e não tem as garantias, todo mundo quer ir trabalhar lá. As fronteiras são fechadas. 

O senhor então é a favor das privatizações das empresas estatais?

Total. Vou te dar um exemplo. Nós somos empresários e estamos com uma visão holística do mundo todo. Em 2022, outros falam 2024, 80% dos carros serão elétricos, nós estamos Petrobras dizendo que o petróleo é nosso. A Petrobras foi saqueada pelo PT, estão todos presos. Tem outra, não falta prisão para prender o resto.  Nós fomos saqueados o BNDES, os fundos de pensões foram saqueados para o dinheiro sair daqui e ir para os países de ditadura que coligados com o PT. Então, imagine se esse dinheiro não saísse do Brasil e estivesse na mão da população? Não estaria na rua tantos pais de família decentemente empurrando um carrinho de carro de café, vendendo pastel. O que temos que fazer é um Brasil para os brasileiros, diminuir o governo e privatizar. O PT fundou 54 estatais. Rede de televisão para empregar os jornalistas antigos deles, construção de navios, um estaleiro que deu um prejuízo de 6 bilhões. Quando a gente fala de prejuízo, não da empresa não,  é do meu dinheiro, do seu. Nosso dinheiro foi jogado fora. O dinheiro que você paga imposto foi jogado fora, por essa viagem que o PT foi que criou.  Bolsonaro fala “vou fechar tudo, vou privatizar tudo”. Isso tem que estar na mão do empresariado. Quem cria emprego não é o governo. Quem cria emprego é o investidor. Nós temos que ter essa consciência. Nós temos que atrair, ter condições jurídicas seguras, temos que ter regras claras. Essas agências, eu cito um problema aí que um minerador queria trabalhar aqui na chapada para fazer a mineração 26 anos depois foi que o órgão liberou a licença dele. Ele falou “não tenho mais saúde pra trabalhar”. Isso é uma vergonha. O brasileiro precisa acordar. Nós somos o país mais rico do mundo e não temos nada.  E tem países que não tem nada como a Indonésia, o Japão, a China são os mais pobres do mundo e tem tudo. Isso é que é o problema, porque tem regras claras. O gestor ele vem e investe , prospera, o funcionário prospera. Eu tinha 68 funcionários fabricando avião. Sabe o que aconteceu a ANAC proibiu. Não quer mais fábrica de avião no Brasil. Eram 44 empresas, ficaram 3 ou 4. Eu, hoje, tenho 8 funcionários. 60 tive que demitir. Sabe o que estão fazendo hoje ? Na informalidade. Era salário de 5 mil reais, de 4, 6 mil reais e hoje eu encontro na rua vendendo salgadinho. É desse Brasil que nós não queremos. Você pensa que isso não corta o coração do empresário? A Anac disse não quero mais. Nós somos o terceiro parque aeronáutico do mundo, empatado com o segundo, que é o Canadá. Primeiro é os EUA. Brasil e Canadá a mesma quantidade de aviões. Sabe porque não pode ter fabrica de avião aqui? Porque existe um lobby dentro da Anac que proíbe as fábricas de avião, para eles ficarem recebendo os aviões velhos virem de lá. Usam o avião 20, 30 anos e aí vende pro Brasil que são os aviões que nós andamos aqui. Não que são inseguros, mas são velhos. Andamos nos táxis-aéreos dessas empresas, por isso não pode ter indústria aeronáutica no Brasil. E são esses irresponsáveis que estão nas agências, na Anvisa, na Anatel. São esses aí que estão na mira de Bolsonaro. 

O senhor é a favor do sistema de cotas na educação e no funcionalismo?

Não, porque eu tenho funcionários que trabalham na minha empresa, por exemplo, com um nível de escolaridade bem diferente do outro e o que tem um nível muito baixo ganha mais do que o que tem um nível alto. Porque? Dedicação, mérito.  Ele aprendeu fazer o que o outro não quis. Tudo no mundo é mérito. Aquele que quer trabalhar, estudar e se dar bem. Nós temos que dar oportunidade a todos.

Mas, o senhor não acha que o Brasil precisa corrigir um erro histórico de exclusão dos negros, por causa da escravidão?

Eu não pactuo com essa ideia. O funcionário que mais ganha na minha empresa é negro e só tem o ensino fundamental. E ele é fundamental para a empresa. A empresa depende dele. A empresa não é o prédio. As empresas são as pessoas. Então, não creio que isso seja uma solução para o Brasil, porque se a gente desqualificar o ensino para aportar preto, branco, mulato, índio, vamos desqualificar nossa mão de obra. E o grande problema do Brasil é que os produtos precisam ser competitivos no mercado internacional. Para o empresário vir para o Brasil, ele precisa de uma boa mão de obra e de qualidade, e não importa se é do preto, branco , do índio. Isso é o que menos importa. É o mérito. Precisamos focar o diploma, o aprendizado e a educação. Principalmente, o fundamental e o médio. No médio, como ensino profissionalizante. Essa é hoje a demanda do Brasil.

Como o senhor vê as reformas trabalhista (já aprovada), a reforma política e da previdência?

A reforma trabalhista não houve, porque deixaram pra fazer próximo da eleição e nós sabemos que a maioria das pessoas que estão no congresso são clientelistas. Eles não querem se expor perante a sociedade próximo de uma eleição. Então, o que fazem? Eles não votam para não sair na foto. Ainda sabendo, por exemplo, no caso da previdência que vai faltar dinheiro. Todos nós sabemos que da maneira que está vai faltar dinheiro. Simples.

Inclusive, aqui no estado tem uma previsão de deficit de R$ 4 bilhões.

Isso, não precisa ser economista não. É contabilidade de armazém. Se está saindo mais do que está entrando, vai faltar. Então, o que é que acontece nós tínhamos um país que tinha uma vida de 60 anos que mudou para 65, que já está em 68, e por aí vai, e não entra contribuintes novos. A juventude, os 13 milhões que estão desempregados, que não são 13 milhões, o que que é bolsa família são pessoas que estão fora do mercado, são desempregados. Não são 13 milhões, se a gente for fazer a realidade, se pegar o Bolsa Família e incluir, nós temos mais de 50 % da população do Brasil não tem o que fazer, não tem emprego. Então imagine que isso não está contribuindo. E a população está ficando velha e não tem contribuinte para pagar os velhos, os aposentados, por exemplo, e aí temos problemas na Planserv, por exemplo, está debaixo do pano. A gente sabe, por exemplo, o governo do estado vai romper o contrato, vai privatizar logo depois da eleição, ele [Rui Costa] vai fazer isso, se o povo votar nele. Nós temos uma série de problemas. Temos mascaramento de contabilidade do INSS. Nenhum deputado consegue entrar, porque o governo federal blindou. Temos blindagem no BNDES, no Banco do Brasil, na Caixa Econômica. É o que vocês estão vendo aí. Malas de dinheiro, as distorções, os milhões nos iates, e esse tanto de gente que está aí de tornozeleira que hoje não cabe nem nas penitenciárias. Então esse é um problema que tem que ser encarado de frente. E quem tem coragem para encarar isso é Jair Bolsonaro.

E a reforma política?

É uma das coisas que tem que se fazer logo. Agora, infelizmente, a renovação não vai ser maior do que 30%. Então, o povo vai continuar votando nos mesmos. A maioria. Isso é o que é o pior. A Dilma, muito provavelmente vai se eleger em Minas Gerais, o Jaques Wagner, ninguém sabe está cheio de pepino aqui na Bahia, e o povo continua votando, mas depois reclama, mas eu não sabia, que eu não votei. Mentira. Votou também por indução, por propaganda política, por preconceito, vota nos mesmos.

Como você analisa os seus concorrentes? Você tem medalhões da política como Jaques Wagner e Jutahy Magalhães, o Coronel, o Irmão Lázaro que puxa muitos votos dos evangélicos. O senhor acha que será difícil derrotá-los? Como está vendo essa campanha?

A campanha vejo da seguinte forma: o PT tem as raízes mais profundas no Brasil na Bahia. A gente viu que o PT não deu certo. Não deu certo no Brasil e no mundo. Primeiro não deu certo no mundo, eles quiseram fazer alguma coisa diferente no Brasil, copiaram uma coisa que não estava dando certo e disse “ vamos ver se dá certo”.

Aqui na Bahia, o governo é bem avaliado.

É bem avaliado, mas propaganda política. O que acontece, os meus adversários com raríssimas exceções, os que estão na mídia, na frente das pesquisas, vamos dizer assim, são todos políticos profissionais. O único que não é político sou eu. Por isso, Bolsonaro me ligou e disse “ é você. Preciso de quem tem experiência política e é ficha limpa , e preferencialmente não é político profissional”.

O fato das pessoas não te conhecerem muito, não é um dificultador?

Não considero assim. Acho que é uma vantagem pra mim. Vou dizer o porquê. Eu tenho um adversário que está há 40 anos no Congresso. Não viu nada sobre a Petrobras. Qual é o papel do legislador? Legislar e fiscalizar. Não viu nada da Petrobras, da Caixa Econômica. Então, ele quer fazer o que lá no Senado? Quem representa o povo é o deputado. Quem representa o estado é o senador. Então se essas pessoas não deram certo representando o povo, vai dar certo representando o estado? Aí, tem um que fala assim, eu sou o candidato do governador. O senado não é pra ter candidato nem do governador, nem do presidente, nem de nada. Ele é o esteio de estabilidade entre a nação e o povo. É ele quem vai cobrar do superior, vai indicar quem vai lá pra agência de saúde, para a agência de mineração, quem vai sabatinar. Eu quero saber se você tem méritos para assumir esse cargo, isso é papel do senador, que não é o papel do deputado. Agora quem nunca fez nada e nunca deu certo como deputado quer ir representar a Bahia na federação, não vai dar certo. Então quando o eleitor diz que vai votar no candidato do governador, está anulando o voto dele. Está mandando para lá o secretário do governador. Que nada vai fazer pela nação. 

Como o senhor está convencendo o eleitor disso? Usando redes sociais, por exemplo?

Nós temos apenas 3 segundos e meio na televisão. Menos que “Meu nome é Éneas”. De forma que estamos utilizando as redes sociais e esse fenômeno Bolsonaro. Ele tem um poder multiplicador muito grande. Então, a gente vê que a população está naturalmente fazendo a campanha. Então, quando a gente posta qualquer coisa, um vídeo, ou uma selfie tem um poder multiplicador muito grande.

O senhor está apostando em Bolsonaro como puxador de votos para o senhor?

Puxador de voto, não tenho dúvida disso aí. Por isso que recebi o convite dele. Não tive e não me preparei, tipo pré campanha. Eu cheguei na última hora “É você, preciso de você” e aí eu aceitei. Sem pensar , aceitei. 

Até o momento, tem alguma decepção com a campanha, já que não é político?

A única coisa que nos decepcionamos na política é como a falsa informação chega para o eleitor e parece que há uma inocência muito grande no poder de decisão do eleitor, no raciocínio do eleitor. O governo do estado gasta bilhões de reais para fazer propaganda em jornais , televisão e mídia social durante o ano e o eleitor que está vivendo no interior, não sabe o que está acontecendo. Vou citar um exemplo, fui numa cidade pequena como aviador, uma cidade próxima de Barreiras e o governador foi entregar uma viatura da polícia militar, uma caminhonete, ele foi num avião e foram mais 5 alugados daqui para acompanhá-lo, repórter a equipe dele toda. Eu como sou aviador, fiz uma conta: o valor desse carro que ele veio entregar só de avião aqui, dava pra comprar mais 3 viaturas. Os aviões foram alugados. Então é esse o PT que o pessoal acha que vai dar certo. O eleitor lá da cidadezinha ele quer o que, clama por segurança , ele não está importando para os aviões, ele está importando que ali vai ter 3 ou 2 policiais dentro daquela viatura e que vai dar o suporte a ele, ele não sabe o custo disso e daí fica nessa correria. Eles estão nessa correria atrás de voto. Fazendo todo o tipo de coisa. E é isso que estamos falando. Da moralidade do serviço público. A imoralidade começa lá. Se pagarmos os últimos 13, 14 anos do Brasil a imoralidade está dentro do palácio do planalto. Temos certeza que Jair Bolsonaro tema coragem e condição de fazer isso. Primeiro tem que romper a ligação do legislativo com o palácio do planalto. Tem que dar autonomia para ele legislar. Fazer o papel de representar o povo. O executivo é pra executar. E o legislativo você vê hoje é o ministro que foi posto pela Dilma. O ministro que era advogado de Lula. Isso é responsabilidade do senado. Agora lhe pergunto, qual o senador de todos que tem aí que tem coragem de dizer não para um ministro desse. Eu lhe digo com toda a garantia somente eu, porque não tenho rabo preso com grupos econômicos, partidos políticos. Me perguntaram esses dias o que você acha do PSL, acho que é um partido igual a outro qualquer. O que precisamos é de pessoas que representam bem um partido. E eu tenho coragem de chegar lá, juntar-se ao Onix Lorenzoni, Magno Malta, Ana Amélia, pra gente fazer diferente.

Fonte:A TARDE
()
  Curta nossa pagína
  Publicidades