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09
Ago/13

Trabalhador escravo é libertado em LEM


Local onde o trabalhador foi encontrado


E meio a sujeira e aos porcos, residia José Gomes






Em um quarto sem condições mínimas de higiene residia o trabalhador




O quarto, que fica anexo ao chiqueiro, não tinha banheiro e o trabalhador fazia suas necessidades no mato




O delegado Leonardo Almeida indaga o dono da chácara




Valdecir Pelissari foi conduzido para a delegacia de polícia


José Gomes em depoimento ao delegado Leonardo Almeida


A secretaria de assistência social da prefeitura vai amparar José Gomes


José Gomes quer voltar para seu estado

Atendendo uma solicitação do ministério público local, através do promotor André Bandeira, uma equipe da polícia civil de LEM, comandada pelo delegado Leonardo Almeida, esteve na manhã desta sexta-feira, 9, em uma chácara localizada nos fundos do bairro Jardim Paraíso, para apurar uma denúncia de que no local estaria um homem em situação análoga de trabalho escravo.

Na propriedade, os policiais civis foram recebidos pelo proprietário que se identificou como sendo o catarinense Valdecir José Pelissari, de 59 anos. A princípio, o mesmo negou que mantivesse em sua chácara alguém em tal situação.

Mas, não demorou para o delegado Leonardo Almeida localizar o pernambucano José Gomes da Silva, de 43 anos. No início, o mesmo negou que vivesse em tais circunstancias. Mas depois não se conteve e chorando contou a situação em vivia na chácara. “Aqui eu trabalho de domingo a domingo, sem folga. Sempre a partir das 4h, ainda de madrugada. Como restos de comida vencida que vêm dos mercados. Misturo com restos que encontro aqui no chiqueiro. Minha situação não é fácil”, revelou ele.

José Gomes contou ainda que chegou na propriedade há um ano e oito meses e que era agredido pelo patrão. “Tenho marcas de faca em meu corpo. Certa vez levou um chute dele na região genital e isso transformou em uma hérnia que consome todos os dias. Era para eu ganhar R$ 250 por mês, mas raramente recebo o dinheiro. Ele sempre tinha algo para descontar. As vezes eu pedia dinheiro e ele me dizia eu não tinha. Aí a mulher dele me dava escondido.”

Valdecir Pelissari rebate as acusações dizendo que sempre tratou bem o empregado. “Ele comia em minha casa, da minha comida. Ele que não queria dormir em casa e preferia dormir no chiqueiro. Ele sempre foi bem tratado em minha propriedade”.

O delegado Leonardo Almeida conduziu o dono da chácara para a delegacia de policia onde o mesmo foi autuado em flagrante por trabalho escravo.

Em depoimento, José Gomes confirmou o que havia dito na chácara e pediu ajuda para voltar para seu estado. “Pouco depois que eu cheguei na chácara, não pude mais ligar para os meus familiares. Eles não sabem a situação que eu estou. Quero voltar para a minha cidade e para minha família”.

O delegado Leonardo Almeida pediu ajuda junto a secretaria municipal de assistência social que envio a delegacia de polícia, a gerente da secretaria, a senhora Tatiane Carvalhes, e uma assistente social da própria secretaria, a senhora Carla Rodrigues. “Vamos encaminhá-lo para um local seguro. Depois vamos conseguir um tratamento para ele e depois as passagens para que o mesmo possa retornar para sua cidade”, revelou Tatiane Carvalhaes.

Dr. Leonardo Almeida informou que o ministério do trabalho também será informado da situação. “Esse senhor não pode sair sem ser ressarcido financeiramente. A delegacia do trabalho vai ser informada e todos os direitos dele como trabalhador serão garantidos”.

O delegado ressaltou a importância do cidadão procurar os órgãos competentes e denunciar. “Esse caso só foi descoberto graças a um cidadão que procurou o ministério público e denunciou. O promotor Dr. André Bandeira nos oficializou para que fôssemos ao local apurar a denúncia que culminou na prisão do acusado. Ou seja, um cidadão consciente faz toda a diferença”, encerrou Dr. Leonardo.

Fonte:Blog do Sigi Vilares
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