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Out/22

ACM Neto sabia da dificuldade de vencer. Da ressaca à injeção de ânimo

A estratégia do governo e as adesões a Jerônimo. E Otto, o grande vencedor

Neto sabia da dificuldade de vencer

O resultado do primeiro turno da eleição na Bahia pegou muita gente de surpresa. O candidato ACM Neto era apontado como virtual governador pelas pesquisas eleitorais. No entanto, quando as urnas foram abertas, o candidato Jerônimo Rodrigues surgiu em primeiro lugar, terminando a disputa com 49,45% conta o postulante do União Brasil, que teve 40,80%. As primeiras análises internas do grupo atestaram a boa avaliação do governo Rui Costa e a excelente aceitação do ex-presidente Lula junto à população baiana. Pelo que se comenta na oposição, o próprio ACM Neto sabia da dificuldade que seria vencer a máquina no primeiro turno, apesar da expectativa de terminar a primeira fase do pleito na frente do petista. 

Da ressaca à injeção de ânimo 
Após o resultado da eleição, a reação imediata dos integrantes do União Brasil e dos partidos aliados foi de ressaca e de total desânimo, sobretudo da classe política, "que é mais sensível e tem a pele fina". Mas, pelo visto, essa onda de pessimismo passou e o candidato ACM Neto já tratou de reorganizar sua turma para a segunda fase do pleito. O sentimento agora parece ser de otimismo e esperança. E, para isso, conta positivamente para essa nova etapa do pleito o engajamento de políticos, de setores da sociedade e da classe média, que passaram a atuar mais fortemente para atrair votos e virar o jogo no dia 30 de outubro. Aliado a isso, tem o fato de quase 90% dos votos do candidato do PL, João Roma, sinalizarem apoio ao candidato do União Brasil, contra o PT.


ACM Neto

A estratégia do governo e as adesões 

O assédio que o governo Rui Costa e a campanha do PT passaram a fazer sobre prefeitos e lideranças políticas de toda a Bahia tem sido minimizado por apoiadores de ACM Neto. O entendimento no grupo é que os votos e apoios perdidos nas últimas semanas não terão impacto direto sobre essa fase do pleito. "Alguns foram, mas outros também chegaram, o que compensa, de certa forma, os políticos que mudaram de lado e foram para os braços do PT", disse um deputado do União Brasil. O entendimento no partido é que os prefeitos que "viraram a casaca" já não trabalharam pelo candidato oposicionista no primeiro turno.


Governador Rui Costa

A volta dos que não foram 

O prefeito de Cairu, Hildecio Meireles, minimizou a debandada de prefeitos e lideranças políticas do grupo de ACM Neto para a candidatura de Jerônimo Rodrigues, do PT. De acordo com ele, se "esses prefeitos que vieram pra Neto e agora estão voltando para o governo resolvessem a eleição, Neto teria vencido no primeiro turno", disparou o prefeito no grupo Celebridades Políticas, capitaneado pelo jornalista Ramon Margiolle.


Hildécio Meirelles

A oposição subestimou a força do governo 

No núcleo duro da campanha governista na Bahia, o que se falou nos últimos dias foi que os adversários do União Brasil "subestimaram muito a força do PT, do PSD e dos partidos aliados no estado". Segundo um integrante da base, os apoiadores de ACM Neto chegaram a tentar desqualificar o candidato Jerônimo Rodrigues ao longo do processo eleitoral, "como se ele fosse alguém que não estivesse preparado para governar a Bahia". "O preconceito e o jeito excludente deles não permitiu enxergar o tamanho do nosso grupo nem a força da máquina do governo que operamos", completou um parlamentar do PSD, ao destacar que "não se pode menosprezar a força de um governador bem avaliado". 

Apoio do PP não foi benéfico 

Na cúpula do PSD baiano, o que se fala também é que a aliança do União Brasil com o Partido Progressista na Bahia não foi benéfica para nenhum dos dois partidos. Mesmo sem querer tripudiar em cima dos adversários, os pessedistas não perderam a oportunidade de afirmar que a derrota expressiva de Cacá Leão, que teve apenas 25,25% dos votos, e a dificuldade do seu pai, João Leão, em se eleger (o bonitão teve 102.376 votos), "serviram para mostrar que o PP não era tão forte como dizia ser", como disparou um ex-aliado.


Cacá Leão, ACM Neto e João Leão

O PSD saiu fortalecido das urnas

O PSD, comandado pelo senador reeleito Otto Alencar, terminou o primeiro turno como o maior partido da Bahia. Além da votação expressiva que o senador teve, exatos 4.218.333 votos, o partido elegeu três dos quatro deputados federais mais votados no estado: Otto Filho, Diego Coronel e Antônio Brito. Além disso, também garantiu a eleição dos três deputados estaduais com a maior votação para Assembleia Legislativa. Ou seja, além de reeleger o senador, que teve mais votos que o candidato a governador, o PSD elegeu uma bancada de seis federais e nove estaduais, sozinho, sem a força da federação partidária. 


Otto Alencar e Jerônimo Rodrigues

A guerra das pesquisas 

Informações chegadas ao Portal M! deram conta nos últimos dias de que o núcleo duro da campanha de ACM Neto teria sido informado, uma semana antes do primeiro turno, sobre a ameaça real que representava a candidatura de Jerônimo Rodrigues, do PT da Bahia. O próprio prefeito Bruno Reis teria comandado uma reunião com aliados de primeira hora para alertar sobre a situação e pedir empenho de todos na reta final da disputa. No governo estadual, os aliados dizem que esse movimento começou a ser percebido com quase 30 dias de antecedência, sobretudo no interior, mas que teria sido intensificado nos últimos 10 dias da campanha. Com as urnas abertas, Jerônimo venceu em 352 municípios, enquanto ACM Neto venceu em 65 cidades baianas. 


Bruno Reis

Empate técnico e as pesquisas 

E por falar de pesquisas, o núcleo da campanha de ACM Neto teria contratado uma qualitativa e duas quantitativas já na última semana, mostrando um empate técnico entre ele e o petista Jerônimo Rodrigues. A informação, inclusive, é que a campanha teria mudado os institutos para poder modificar a metodologia utilizada na aplicação dos questionários. Já a qualitativa indicou a possibilidade de mudança de cenário até o final do mês. Quem conversou com o próprio ACM Neto nos últimos dias percebeu que ele já está envolvido por um sentimento de otimismo e que, por isso, a ordem é intensificar o trabalho para atrair novos votos para sua campanha. 

Enfrentando o sistema 
 
O próprio ex-prefeito de Salvador chegou a afirmar em um evento recente de campanha que estava enfrentando um verdadeiro sistema e não apenas um candidato, "mostrando a força do governo, da máquina pública, de Lula, de parte da mídia, do judiciário...". Por isso, diante da expectativa que foi criada de vitória de Lula no primeiro turno, tornou o resultado inesperado, potencializando Jerônimo na reta final. 


ACM Neto

Mudanças internas 

E nessa nova eleição, a informação que chega é que ACM Neto já fez mudanças substanciais na sua campanha, sobretudo na comunicação, passando a usar um tom mais duro contra os adversários, diferente do primeiro turno, que foram impedidos pela justiça eleitoral de tecer críticas ao candidato do PT. A ideia é atacar e desgastar o governo, usando o cansaço dos quase 16 anos de poder para atrair a atenção da população. A expectativa é que continuem criticando a passagem de Jerônimo pela Secretaria de Educação e agora, mais recente, na pasta de Desenvolvimento Rural, com o fim da EBDA.

Imagina Leão como governador tampão. 

Tem gente que perde o amigo mas não perde a piada. Segundo comentavam essa semana à boca pequena, na Governadoria, o governador Rui Costa passou a agradecer imensamente ao aliado Otto Alencar por ele não ter aceitado disputar o governo do estado e deixado o vice João Leão como governador tampão. Pelo que comentavam dois assessores governistas, Leão já teria planejado fazer mudanças em pastas importantes do governo e teria até criado uma marca para uma  eventual gestão de transição. "Imagina ele sentado na cadeira, trabalhando contra o grupo e anunciando agora apoio ao Bolsonaro, como acabou de fazer", ironizou um deles, ao falar do alinhamento entre o PP e a cúpula do Palácio do Planalto. 


João Leão

A expectativa pelos debates 

O deputado federal Paulo Azi, presidente do União Brasil, disse ontem que a não participação de Jerônimo Rodrigues nos debates contra ACM Neto "é um atestado de despreparo" do petista. De acordo com Azi, Jerônimo "não tem proposta, não discute os problemas do estado e fica apenas se escorando nos padrinhos". "ACM Neto é o melhor para governar a Bahia. Ele sabe que Neto se preparou, que conhece profundamente os problemas do nosso estado e tem propostas para resolver as mazelas deixadas pelos governos do PT", disparou Azi, ao criticar a orientação do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que aconselhou o candidato petista a não participar dos debates televisivos nessa fase da campanha.


Deputado Paulo Azi

Fonte:MUITA INFORMAÇÃO
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