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Jul/22

Banqueiros assinam manifesto porque bancos perderam R$ 40 bi com Pix, diz ministro

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou nesta terça-feira (26) que banqueiros teriam aderido ao manifesto pela democracia organizado pela Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) porque os bancos perderam R$ 40 bilhões por ano com a criação do Pix, lançado oficialmente no final de 2020.

O documento, intitulado "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito", já conta com mais de 3 mil assinaturas, entre elas as de Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, copresidentes do Conselho de Administração do Itaú Unibanco, e de Candido Bracher, ex-presidente do banco e hoje membro de seu conselho.

Pelas redes sociais, o ministro alegou que hoje os banqueiros podem assinar cartas como essa porque o Banco Central é independente e que, por isso, eles não precisam temer perseguição. No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou a Lei Complementar 179/2021, que estabelece autonomia à entidade monetária.

Pela lei, presidente e diretores do BC passaram a ter mandatos fixos de quatro anos, não coincidentes com o do presidente da República. Nogueira disse que esse mesmo Banco Central independente coloca em prática o Pix, que segundo ele, "transferiu mais de R$ 30, 40 bilhões de tarifas que os bancos ganhavam a cada transferência bancária e hoje é de graça".

"Então, presidente, se o senhor faz alguém perder 40 bilhões por ano para beneficiar os brasileiros, não surpreende que o prejudicado assine manifesto contra o senhor".

Embora Ciro Nogueira tenha citado Bolsonaro ao alfinetar os bancários, o manifesto não cita o presidente. Ainda assim, pode ser considerado uma resposta às falas golpistas do chefe do Executivo e aos seus ataques às instituições democráticas e ao sistema eleitoral.

"Estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições", diz o documento.

Além de bancários, também assinam a carta artistas, empresários, juristas e outras entidades da sociedade civil, como os cantores Chico Buarque e Arnaldo Antunes, o padre Júlio Lancelotti, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e o ex-jogador de futebol e comentarista Walter Casagrande.

O texto também diz que "no Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições".

O manifestado será lido pelo ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello em evento realizado em 11 de agosto, no Pátio das Arcadas do Largo de São Francisco.

Fonte:Portal IG
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