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Jun/21

Cresce procura por carros usados e seminovos

“Os seminovos estão com preços elevados. Eu diria que o que fez entender que o setor dos seminovos cresceu muito foi a demanda de licenciamentos" diz Ari Pinheiro Junior, dono de concessionária

De acordo com a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (FENAUTO), tanto com relação ao mês de abril, como no acumulado, e no comparativo com o mesmo período do ano passado, os resultados para vendas de veículos usados e seminovos foram todos positivos. Segundo o relatório, as vendas, em comparação com abril deste ano, tiveram um resultado positivo de 18,5%, registrando a venda de 1.325.336 unidades em maio, contra 1.118.285 em abril. A Bahia com 39.950 vendas de usados e seminovos em abril e 41.536 em maio é o estado com maior comercialização do Nordeste.

Em comparação com o mesmo mês de 2020 no país, o resultado também ficou positivo em 198,1%. No acumulado do ano, houve uma evolução positiva de 59,2%, o que reflete um bom desempenho do segmento, já melhor preparado para enfrentar as circunstâncias adversas provocadas pela pandemia do coronavírus.

Os três modelos mais procurados, durante o mês de maio, foram o Gol, o Uno e o Palio, com 74.325, 43.542 e 42.407 unidades comercializadas, respectivamente em todo o Brasil. Para o presidente da FENAUTO, Ilídio dos Santos, o resultado positivo “aponta um bom momento do setor que deve continuar nas próximas semanas, caso não aconteça nenhum retrocesso em função do agravamento da pandemia”.

Produção de veículos esbarra na falta de semicondutores

Já em relação aos veículos novos, a produção em maio foi de 192,8 mil unidades, apenas 1% superior à de abril, de acordo com o último levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA). Desde janeiro, o nível de produção fica entre 190 mil e 200 mil, o que revela uma espécie de ‘teto técnico’ provocado não pela falta de demanda, mas pela crise global de fornecimento de semicondutores.

“Esse problema, que deve se alongar até os primeiros meses de 2022, é o responsável pelas paralisações temporárias de parte de nossas fábricas, algumas por períodos curtos, outras  mais longos”, explica o presidente Luiz Carlos Moraes, ressaltando que essa questão atinge vários setores industriais, mas o automotivo em especial, já que um único veículo pode ter até 600 semicondutores em seus sistemas eletrônicos de motorização, câmbio, segurança, conforto, entretenimento etc.

Enquanto a produção patina, o licenciamento de 188,7 mil unidades em maio representou alta de 7,7% sobre o mês anterior, com destaque para os 11,5 mil caminhões, melhor resultado do segmento desde dezembro de 2014. Elevação maior ainda tiveram as exportações: 37 mil veículos foram embarcados, 9,1% a mais que em abril. No acumulado dos cinco primeiros meses, os licenciamentos de automóveis chegaram a 891,7 mil, e as exportações a 166,6 mil.

A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (FENABRAVE) diz que as concessionárias do país seguem com estoques reduzidos, diante da fraca oferta das montadoras. As fábricas têm enfrentado desde o final do ano passado restrições na oferta de componentes eletrônicos que cada vez mais equipam seus veículos diante de uma crise global exacerbada pelas medidas de isolamento social que fomentaram trabalho e estudo remotos.

"Nos resultados de maio, notamos que uma parcela  dos emplacamentos se referem às vendas realizadas em meses anteriores. Como consequência da menor oferta, os estoques de veículos, para todos os segmentos, se mantêm em um nível muito baixo", disse o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.

Desde o início do ano, pelo menos 10 montadoras de automóveis, caminhões e ônibus anunciaram paralisação na produção de veículos em decorrência da crise sanitária ocasionada pelo novo coronavírus e da falta de componentes eletrônicos e matéria prima.

Conforme as fabricantes vão deixando de produzir no Brasil, explica o economista Eduardo Fonseca, o mercado fica reduzido, “se há alguns anos comprar um carro novo era difícil, porém um sonho possível nos modelos populares que ficavam na casa dos R$ 30 mil, atualmente a mesma categoria de veículos se aproxima dos R$ 50 mil. E essa alta nos preços faz com que até quem antes só comprava veículos zero,  migre para os usados”.

Segundo dados da  FENAUTO, a Bahia, com 39.950 vendas de usados e seminovos em abril e 41.536 em maio, é o estado com maior comercialização do Nordeste. Maior em volume, o segmento de usados jovens (de quatro a oito anos) teve avanço de 0,8% nas vendas, ao passo que modelos com mais de 9 anos tiveram queda nas comercializações (-3,9%).

De acordo com o presidente da Associação de Revendedores de Veículos Seminovos da Bahia (Assoveba) e dono da  Pinheiro Veículos (Salvador),  Ari Pinheiro Junior, os preços dos usados estão inflacionados “o mercado está aquecido, eu diria que os usados cresceram ao redor de 3,5%, porque não existem carros novos a venda. Mas isso fez encarecer o valor dos seminovos. Ano passado estávamos fechados por longo período não temos como comparar, mas em relação a 2019, os carros seminovos mais vendidos como Sandero custava R$ 37 mil e hoje está no valor de R$ 47 mil, um Ford K custa uns R$ 45 mil e saia ao redor de R$ 37 mil , o Uno está na faixa de R$ 40 mil e custava em 2019 R$ 35 mil".

Pinheiro finaliza argumentando, “os seminovos estão com preços elevados. Eu diria que o que fez entender que o setor dos seminovos cresceu muito foi a demanda de licenciamentos. O Detran estava com o serviço parado e quando licenciou foi tudo de vez. O mercado de seminovos está crescendo devagar, pois as pessoas ainda se recuperam da crise econômica ”.

Fonte:Da Tribuna da Bahia
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