Tudo indica que a classe política, principalmente a dominante esqueceu, por exemplo, que quem ela elege tem prazo de validade, ou seja, duração do mandato. 

Em Barreiras, por exemplo, a dominação de boa parte dos eleitos para a Câmara Municipal faz parte da equipe de governo, pois há muito tempo, desde a eleição passada, as propostas do edil foram aprovadas quase que por unanimidade.

O bom senso assegura o que muito falou o consagrado escritor pernambucano Nelson Rodrigues, que em suas críticas e comentários, assegurava que “toda unamidade é burra”. 

Na gestão passada, por exemplo, vi um dos vereadores afirmar, isto sem  nenhum escrúpulo que, se necessário, aprovaria qualquer projeto encaminhado pelo prefeito. Vamos e venhamos isto não é uma hipocrisia, ou até mesmo falta de caráter?... 

Presenciamos na Câmara votações altamente prejudiciais à nossa cidade, aprovadas por exagerada maioria, como a Reforma Tributária, em boa parte copiada da de Salvador, contestada veemente por boa parte da população. Houve uns remendos de pequena monta, mas o essencial foi mantido: aumento significativo da maioria dos impostos, para gáudio do gestor, que em pouco tempo de mandato impôs aos nativos uma espécie de toque de maldade. 

Na ocasião o Blog também mostrou a insatisfação de muitos dos que foram punidos com a elevação dos impostos, por sinal copiando o Código praticado por ACM Neto em Salvador, “ipsis litteris”, até mesmo com cobrança de taxa de barracas de praia, que na pressa esqueceram de apagar. 

Neste novo mandato, todavia, o gestor fez alianças que julgo desnecessárias, já que apenas o asfalto “lhe proporcionaria folgada vitória”. A entrega da Câmara ao grupo de uma deputada, já está fazendo a diferença, pois seu colega antecessor no cargo assegura que as economias por ele empreendidas nas TV e Rádio Câmara ultrapassaram as raias do absurdo, se considerarmos que ele, o novo presidente, amealha tal economia para em conjunto com a Prefeitura custearem asfalto entre a BR-135 e as bases do vereador nas comunidades do Rio Branco. 

Acusação que deveria ser iniciada num piscar de olhos pela Promotoria, por se tratar de um ato jamais admitido administrativamente, a ponto de deixar atônita boa parte do nossa gente. 

Das acusações desassombradas do vereador Eurico, há referência aos que têm interesses na administração municipal, em participação em obras, construção e reparos de escolas, aluguel de ônibus e casas, carros, caminhões, caçambas e bloquetes, serviços e influência, também merecem uma apuração do Ministério Público, pela gravidade que apresentam.  Se apuração se der através da Câmara é o mesmo do que se “enxugar gelo”, ou seja, não darão em nada. 

Ainda não chegamos a um patamar, onde a sociedade manifeste preocupação com a política no seu âmago. Nossa cultura política está praticamente voltada às eleições e isto é muito pouco. O povo tem que aprender a votar e acompanhar o dia a dia dos seus candidatos.

Itapuan Cunha
Editor do Blog do Itapuan Cunha