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Fev/14 |
Barreiras: Injustiça com moradores |
Caro amigo jornalista,
Venho por meio desta, fazer um desabafo a cerca do que eu e minha família temos vivenciado. Situação semelhante tem vivido outras famílias no local em que resido.
No ano de 2007 eu e meu esposo (na época noivo) compramos um lote nas imediações do Setor Industrial em Barreiras - Bahia. Foi a realização de um sonho e o desejo de estabelecermos nossas raízes. Ali depositamos nossas expectativas, sonhos e investimos todo o fruto do nosso trabalho na construção de um lar. Vivenciamos muitos momentos felizes a cada conquista, escolhemos com carinho cada detalhe e ampliamos nossa família com o nascimento de nossos dois filhos.
Porém no ano de 2012, para nossa surpresa recebemos a notícia de que o lote no qual construímos nossa casa, pertence a SUDIC ( Superintendência de Indústria e Comércio), por meio da ciência de uma liminar de reintegração de posse, que nos dava 10 dias para desocupar a área. No entanto, devido a greve da polícia não ocorreu.
Adquirimos o imóvel por intermédio do Presidente da associação de moradores do local, que nos vendeu mediante um recibo e documento no qual nos transferia a propriedade, na época, talvez pela pouca experiência de vida, desconhecíamos a necessidade de registro do mesmo no Cartório de Imóveis e nos contentamos com o reconhecimento de firma.
Diante do conhecimento da liminar, procuramos o Presidente da associação para indagar a respeito, ao que ele nos garantiu que a área não era pertencente a SUDIC.
A SUDIC tem se utilizado dos meios de comunicação para incitar a população contra nós, nos chamando de invasores e alegando que estamos impedindo o fortalecimento e progresso do Distrito Industrial e a geração de emprego, no entanto a realidade é que sobram lotes no empreendimento, alguns nunca utilizados, outros abandonados, então não cabe nos imputar a culpa pela falta de incentivos a instalação de novos empreendimentos e burocracia.
Notamos o jogo de interesses envolvido, pois as famílias já ocupavam a área há muitos anos e o interesse da SUDIC só foi evidenciado atualmente mediante o desenvolvimento das proximidades devido à efetivação do projeto da construção do anel viário, o que fez com que a área do Distrito Industrial passasse de rural a urbana. Cabe aqui frisar que esse fato fez com que deixasse de ser obrigatória até mesmo a presença de uma área de reserva legal no local.
Sabemos que uma cidade preocupa-se com o progresso de sua economia, mas sabemos que se preocupa também com o bem estar de sua população. Não nos negamos a sair daqui, mas salientamos que entramos aqui enganados e gostaríamos de pelo menos ter o direito de reconstruir nossas vidas em outro local, o que seria possível através de uma indenização, pois assim seria restituído não o valor do lote que como constatado agora não nos pertence, mas do investimento que fizemos na construção de nossas casas.
PS: Ha pouco recebemos a notícia de que o Mandado será cumprido amanhã, dia 11/02/2014, o que torna a situação ainda mais desesperadora.
Att. Mônia Raquel.