No 2º Domingo de Dezembro, comemora-se o Dia da Bíblia. Lembrei-me da minha primeira Bíblia. Desde a minha infância, conheci o Sagrado Livro. Minha primeira Bíblia foi um presente de minha mãe. Aquela capa de couro dava-lhe uns ares solenes e medievais e a beira dourada dava-lhe uma beleza e brilho encantador.

Passei a lê-la com avidez.  Mergulhei naquela Bíblia de Almeida que me encantou desde a primeira vez que a li, já chegando à adolescência. O estilo inconfundível de Moises, a expressão de Isaias, a elegância de Paulo, a maestria do Dr. Lucas. Tudo era belo!

Encantei-me não apenas com a sua forma, mas também e principalmente com o seu conteúdo, pois a Bíblia responde as mais inquietantes perguntas, que incrustadas no recôndito de nossa alma, recusam – se a calar, Eis algumas: De onde eu vim? Por que estou aqui? Para onde eu vou?

Passei a ver então que a Bíblia não é apenas um livro de religião é acima de tudo um livro de respostas e de esperança.

Assim o livro Sagrado me acompanhou. Caminhei o mundo colorido da infância. Percorri a estrada questionadora da adolescência. Atravessei o período áureo da juventude. E quando me vi adulto e tive que tomar inadiáveis decisões da idade varonil, a Bíblia serviu-me de bússola. Deu-me um norte para a vida.

Não me afastei dela. Nem nos anos de faculdade. Naquele ambiente questionador e secular apeguei-me a ela com afinco. Revi muitos dos meus conceitos simplórios e do senso comum, mas mantive a âncora do barco da minha vida no Livro Sagrado.

Quando a morte visitou a minha casa e ceifou a vida de meu pai: recorri ao Livro Sagrado, nas suas páginas a esperança não se desespera e não perde o brilho. Li sobre a ressurreição e a nova Jerusalém, renovei a esperança de reencontra-lo.

Adquiri o hábito de lê-la todos os dias. Pelo menos uma vez por ano, caminho pelo Pentateuco. Vejo os muros de Jerico ir ao chão com Josué, intrigo com a instabilidade do período dos juízes, rememoro as crônicas dos reis, delicio-me com as poesias dos salmos, ouço as advertências dos Provérbios, reflito com o Eclesiastes, aprecio a voz inconfundível dos profetas, vivencio a era messiânica nos Evangelhos, percorro a saga da igreja primitiva nos Atos dos Apóstolos, reforço minhas crenças nas Epistolas e já antevendo os portais da Nova Jerusalém, renovo minha esperança no Apocalipse.

Se conseguir passar este legado para os meus filhos, estarei lhes passando uma grande riqueza. Se conseguir ver os filhos de meus filhos e os meus rebentos tendo este apego pelo livro sagrado, dar  -me - ei por satisfeito.

Se realmente existe um clássico universal, a Bíblia Sagrada é este clássico. Nela, há os mais perfeitos modelos de historias, romances, poesias, dramas, epístolas e biografias.

Ainda não surgiu um livro que lhe seja semelhante; é a literatura inigualável. Foi o que descobri em minha Bíblia de beira dourada.

Pr. Adejarlan Ramos
Vice-Presidente da Assembleia de Deus (CGADB) em Barreiras