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Nov/15 |
Barreiras: Líderes políticos e comunidade se posicionam contra redução da Fiol |
Prefeito Antonio Henrique em entrevista a Rádio Mundial de LEM
João Leão
A população compareceu em massa
Autoridades públicas e comunidade se reuniram no auditório da Câmara de Vereadores de Barreiras para discutir a proposta do Tribunal de Contas da União (TCU), para redução da malha da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), concluindo apenas o trecho entre Ilhéus e Caetité.
Participaram da reunião prefeitos de vários municípios da região oeste da Bahia, juntamente com o vice-governador, João Leão, e representantes da comunidade.
O Prefeito de Barreiras, Antônio Henrique, falou à reportagem do Blog Sigi Vilares, demonstrando a indignação da classe política regional com a proposta do TCU. O Prefeito ressaltou que desde a sua infância sabia do projeto apresentado pelo Deputado Vasco Neto, para uma ferrovia que ligasse Brasília ao porto de Maraú, na Bahia.
Antônio Henrique argumentou que a proposta do Tribunal vai contra os fatos, pois as obras estão em pleno andamento, principalmente no município de São Desidério, representando uma oportunidade de crescimento para o oeste.
Segundo o Prefeito, após a reunião, será elaborado um documento a ser enviado ao TCU e aos deputados e senadores baianos, deixando clara a posição das lideranças do oeste do estado.
O Tribunal de Contas da União sugeriu em relatório a redução do projeto, baseando-se na observação das obras nos vários trechos da ferrovia, que tem traçado original definido entre Figueirópolis, no Tocantins, e Ilhéus, na Bahia.
O órgão de contas ainda quer ouvir o ex-presidente da Valec (responsável pelas obras), José Lucio Lima Machado, para avaliar uma possível multa ao gestor por ter assinado contratos para fornecimento de trilhos e outros materiais de forma antecipada, sem observar o andamento das obras.
O TCU recomendou aos ministérios dos Transportes e Planejamento que devem reavaliar, junto com a Valec, o custo-benefício da ferrovia, além de considerar como alternativa finalizar somente os lotes 1 a 4 (Ilhéus a Caetité), além de concluir a conexão com o porto de Ilhéus.
O chefe da Casa Civil do Estado da Bahia, Bruno Dauster, classificou a sugestão do TCU como um "equívoco de interpretação". “Claro que existe um atraso significativo, mas nada indica que o projeto da FIOL e do Porto Sul não tenha a sua plena viabilidade garantida”, disse o secretário. O governo baiano já se manifestou contra a redução.
Representantes políticos das regiões onde passa a Fiol se manifestaram contra a proposta. A senadora baiana Lídice da Mata subiu o tom contra o TCU afirmando que o órgão atende interesses de outros estados ao sugerir redução da Fiol. “O TCU é muito bem vindo para analisar contas, mas tem que explicar quando excede suas funções quando quer decidir sobre obras.
Quero que o TCU vá à Bahia para explicar ao povo que essa ferrovia não é necessária para o desenvolvimento do nosso estado. Quero que o TCU explique se não está atendendo a outros interesses de federações do Brasil e a empresas que se beneficiariam sem a existência da Fiol na Bahia e a consequente não existência do Porto Sul em nosso estado”, cobrou a Senadora. “Temos que viabilizar a Fiol e não vai ser nenhuma decisão desta natureza que vai impedir”, complementou.