Moradores de Correntina realizaram um protesto pelas ruas da cidade, na manhã desta sexta-feira (4), contra o corte de árvores realizado pela Prefeitura Municipal, às margens do Rio que leva o mesmo nome da cidade.

Os participantes da caminhada se reuniram em frente à Câmara de Vereadores e prosseguiram por várias ruas da cidade, finalizando às margens do Rio, onde populares e políticos se pronunciaram através do carro-de-som. As pessoas gritavam palavras de ordem e levavam cartazes com frases de efeito.

A organização do protesto produziu um vídeo onde moradores demonstraram revolta e tristeza pela derrubada das árvores. Alguns, chorando, definem o ato como “criminoso”. Uma senhora, visivelmente emocionada, exclamou: “Nossa vida está sendo arrancada aos pedaços”. Outros consideram o fato como um “ato de abuso e irresponsável”.

O Vereador Jean Marcos, Presidente da Câmara, um dos líderes do protesto, iniciou o movimento na manhã desta quinta-feira (4), ao observar as árvores já derrubas. Através de vídeo publicado nas redes sociais, o Vereador protestou contra o que considera uma “brutalidade contra a natureza” e conclamou a comunidade a reagir e impedir novas derrubadas de árvores.

De acordo com o Vereador, o Prefeito anunciou que vai construir uma praça na orla do rio. Entretanto, ele não concorda que seja necessária a derrubada das árvores e repudiou a ação administrativa. Jean Marcos questionou, também, a falta de consultas populares, por parte da Administração Municipal, para execução do projeto.

O Vereador Madson Montalvão também se pronunciou contra o ato do Executivo. Segundo ele, o projeto para construção da praça não justifica a derrubada das árvores históricas e classificou o fato como “crueldade”. Madson nega as explicações oficiais de que as árvores estariam condenadas e colocando em risco a vida das pessoas. Comenta, ainda, que a Prefeitura está destruindo “partes das histórias das pessoas” que, como ele próprio, “foram criadas à margem do Rio Correntina”. O vereador afirma que procurará as providências legais para se manter o “respeito às pessoas e à natureza”.

Os ativistas entraram em contato com o Inema em Santa Maria da Vitória e com o Ibama. A organização da manifestação ofereceu transporte e hospedagem aos fiscais do Inema, de Santa Maria, mas, segundo Jean Marcos, não encontrou boa vontade por parte dos agentes públicos. Denúncias foram encaminhadas ao Ibama. A TV Oeste, segundo o Vereador, se comprometeu a exibir as fotografias e vídeos do protesto, no entanto, não dispunha de equipe livre para fazer a cobertura em Correntina.