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29
Mai/15

LEM implanta 4G na rede pública

O município de Luís Eduardo Magalhães, de 80 mil habitantes, prepara-se para tornar-se o primeiro do País a disponibilizar essa tecnologia em rede própria



Luís Eduardo Magalhães é um município localizado na região Oeste da Bahia, com pouco mais de 80 mil habitantes. Emancipada nos anos 2000, a cidade, surgida de um pequeno povoado denominado Mimoso do Oeste, prepara-se para tornar-se a primeira do País a introduzir a tecnologia 4G dentro da rede pública. Com recursos da ordem de R$ 1,6 milhão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luís Eduardo Magalhães está se transformando em uma cidade inteligente, uma cidade digital.

Nesta quarta-feira (27), o prefeito, Humberto Santa Cruz, reuniu-se com o secretário de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social do MCTI, Eron Bezerra, em Brasília, para apresentar o andamento do projeto da cidade digital que está sendo implantado pela Prefeitura.  "[O município] será o primeiro do País a implantar tecnologia 4G dentro da rede pública e com recursos do Governo Federal", afirmou o prefeito, acompanhado do secretário de Saúde do município, Werther Brandão.

"A ideia é lançar todo esse projeto que Luís Eduardo Magalhães fez junto com o MCTI, e que já está funcionando, em outubro, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia [SNCT 2015]", acrescentou. O projeto de tecnologia 4G é fruto de termo de cooperação entre o Ministério, a prefeitura e a multinacional chinesa de equipamentos para redes e telecomunicações Huawei.

"É uma solução de mobilidade que só existe hoje em 29 cidades do mundo", ressaltou o secretário Werther Brandão. "A ideia é que a gente consiga, por exemplo, colocar câmeras, monitoramento, wi-fi em ônibus coletivos. Podemos até criar uma TV web que irá funcionar no aparelho celular de todo mundo com alta qualidade", explicou. "Podemos colocar câmeras em ambulâncias do Samu, em carros da guarda municipal, e ter o registro do que está acontecendo na hora."

Inclusão social e digital - Em 2011, Luís Eduardo Magalhães foi um dos 40 municípios selecionados, entre mais de 800 projetos, para firmar um convênio com o Ministério, com vigência até março de 2016. Desde então, os recursos disponibilizados pela Pasta foram utilizados na implementação de 59 quilômetros (km) de fibra ótica; oito torres de comunicação; 30 pontos públicos com tecnologia wi-fi; 39 pontos públicos com tecnologia Wimax, uma tecnologia sem fio desenvolvida para oferecer acesso à banda larga a distâncias que variam de 6 a 9 km; e 32 pontos de rede interna, sendo 14 já ligados à fibra ótica.

"Hoje, a administração pública tem vários sistemas que não conversam entre si", afirmou Brandão. "Um grande exemplo disso é educação, saúde e assistência social. A troca de informações entre as três secretarias acaba sendo feita de forma muito manual – por exemplo, a frequência escolar do Bolsa Família pode ser feita de forma informatizada se utilizado o mesmo banco de dados, e é isso o que nós estamos fazendo com a rede de fibra ótica", disse.

"Estamos criando um sistema de intranet e rede próprias que, mesmo que a internet caia, os serviços em postos de saúde, por exemplo, continuarão funcionando", acrescentou.

A prefeitura já equipou todas as praças públicas com sinal de internet wi-fi. Por meio do Projeto Cidade Digital, está levando a tecnologia também para as comunidades rurais, como a de Bela Vista, já contemplada com internet gratuita aberta para os moradores.

Cidade inteligente - O município mantém funcionando um sistema de georreferenciamento da iluminação pública, no qual, usando a internet, o cidadão pode marcar um poste com defeito para que a companhia energética possa realizar com mais rapidez a manutenção do equipamento público. "Queremos levar esse projeto para regiões onde as pessoas não tem internet em casa, disponibilizando totens para a realização deste serviço", disse Werther Brandão.

Foi desenvolvida também uma máquina, semelhante às de cartão de crédito, com a qual os agentes comunitários de saúde e endemias realizam os serviços de atenção básica indo até a casa dos moradores. "Nós não temos como monitorar todos os agentes, o nível de atendimento que está sendo feito, se o agente foi até a casa. Mas essa máquina tem GPS e, na medida em que o agente vai fazer o atendimento em uma residência e insere o cartão do cidadão, nós temos toda a rota dele e todas as informações sobre aquela pessoa", explicou Brandão. "Além disso, todas as informações de saúde do morador ficam armazenadas em um chip nesse cartão."

Avaliação - Para o secretário Eron Bezerra, do MCTI, as ações apresentadas são "uma amostra prática, concreta e objetiva" do que pode ser feito com base em ciência e tecnologia. "Quando você aplica recursos, e vê uma comunidade isolada no sertão da Bahia tendo acesso à tecnologia, é muito gratificante", comentou.

Eron ressaltou que o projeto de georreferenciamento pode contribuir para a redução da violência que acontece por falta de luz em ruas dos municípios brasileiros. "Pouca gente valoriza, mas o problema da escuridão é um chamariz para marginal, para a violência contra jovens, idosos e crianças, e esse sistema que monitora os postes é uma coisa espetacular", disse. "Grande parte da violência acontece por falta de iluminação."

Fonte: Blog do Sigi Vilares/MCTI
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