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Mar/15 |
Dr. Roberto: Apneia do sono e infarto |
A síndrome da apneia do sono é caracterizada por paradas respiratórias de mais de dez segundos durante o sono, relacionadas com a diminuição da oxigenação do sangue durante a noite. Tal distúrbio afeta cerca de 30% da população brasileira adulta. Em populações de risco para apneia do sono, como obesos e hipertensos, a prevalência pode ser ainda maior.
Esse problema ocorre quando o ar não consegue chegar até os pulmões durante o sono, devido ao fechamento da garganta por períodos curtos de tempo, o que causa pausas na respiração. O excesso de peso é o principal desencadeador da apneia.
O problema disso tudo, segundo informações da Sociedade Brasileira de Pneumologia, é que além de ser responsável por um sono de má qualidade e sonolência diurna, a apneia promove múltiplos efeitos sobre o coração. Primeiro porque há queda da oxigenação do sangue, o que ocasiona aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Somente depois de alguns segundos sem oxigenação, quando o indivíduo desperta, é que acontece a desobstrução da garganta com retorno da oxigenação para o nível normal.
As quedas e retomadas súbitas da oxigenação do sangue diversas vezes ao longo da noite são os principais gatilhos para o desenvolvimento de doenças do coração e vasos, como arterosclerose, crescimento do coração e pressão alta.
“O indivíduo está em maratona durante o sono quando deveria estar descansando, pois quando o cérebro percebe a falta de oxigênio, o corpo libera adrenalina e a pessoa acorda para respirar. Inúmeros são os estudos relacionando a apneia do sono como causa de arterosclerose, podendo levar a hipertensão arterial, infarto agudo do miocárdio e derrame cerebral. Em indivíduos já em tratamento de doenças do coração e pressão alta, a apneia do sono não tratada pode contribuir para a piora da função do coração e aumentar o risco de morte”, diz o relatório da entidade.
O diagnóstico da apneia do sono é baseado na história clínica, exame físico e teste de registro do sono (polissonografia). Os sinais e sintomas mais comuns da doença são roncos, apneias testemunhadas e sonolência excessiva diurna.
O tratamento mais comum é por meio do uso de um aparelho intra-bucal feito de silicone chamado TMJ-MBV. O aparelho posiciona a mandíbula para frente facilitando a respiração pelo nariz , evitando a oclusão das arcadas durante o sono. Assim o paciente não tem apneia e nem ronco.
A apneia do sono é uma enfermidade séria. Se você reconhece os sintomas, ou presencia os mesmos em alguém, procure um dentista ou médico que saiba trata-la o quanto antes.
Pressão alta - A hipertensão arterial está associada a mais de 50% dos casos de infarto e derrames. Medicamentos que estimulam a dilatação dos vasos sanguíneos — melhorando o fluxo de sangue — ajudam no controle da pressão, mas é fundamental ser regrado na hora de tirar a medida. “Muitas vezes o paciente acaba comprando aquele medidor de pulso, mas é preciso ficar atento para ver se ele está calibrado corretamente ou até mesmo se a pessoa sabe como fazer a medição. Muitos cometem o erro de não tomar os medicamentos por pensarem que a pressão está baixa segundo o aparelho. Não faça isso, pois é perigoso. Quando for a uma consulta com seu médico, leve o seu medidor para ele fazer o teste”, alerta o cardiologista
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia.
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