O secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Maurício Barbosa, garantiu que sete complexos prisionais serão inaugurados na Bahia até maio deste ano para desafogar as delegacias de custódia da Polícia Civil (PC). Ele estimou, em entrevista à Rádio Bandnews FM nesta quinta-feira (29), que R$ 150 milhões foram investidos para a realização das obras, recurso captado através do programa Pacto pela Vida. “Um problema que estava há 20 anos persiste será resolvida em pelo menos quatro meses”, comentou o secretário.

De acordo com a SSP, 50 quadrilhas foram desarticuladas em 2014 e 150 armas foram apreendidas – grande parte compradas fora do estado da Bahia. Questionado sobre a última pesquisa da taxa de homicídios de adolescentes do país, Barbosa voltou a pontuar que a sensação das altas incidências é decorrente de bases de dados “incoerentes” dos outros estados.

De acordo com o estudo realizado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, junto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e outros órgãos, a Bahia é um dos estados com o Índice de Homicídio de Adolescente (IHA) mais alto (8,59) no país. O município de Itabuna, no sul baiano, chegou a ser considerado o mais perigoso do Brasil para o adolescente, com o índice de 17,11 mortes para cada mil habitantes. Para o secretário, os dados da Bahia estão corretos, mas os de outros – que ele fez questão de não mencionar – seriam resultado de uma “maquiagem” ou mau levantamento.

“Nós temos hoje estados que não têm inconsistência nenhuma dos dados. Temos exemplos de ocorrência com cinco ou quatro vítimas, em alguns estados, em que só uma ocorrência de homicídio foi realizada. Quando dados do Ministério de Saúde são cruzados com aqueles apresentados pela secretaria, vê-se a inconsistência. Isso ocorria também nos anos anteriores aqui na Bahia”, explicou o secretário.