Educação Brasileira incentiva à cultura do “Pão e Circo”. Uma reflexão para todos que pensam na verdadeira educação de qualidade.

Não dar pra se falar em conscientização política em um país que desincentiva seus jovens a participarem do processo eleitoral. Pior, a Educação, que é um dos principais setores responsáveis pela formação cidadã e cultural dos jovens deixa claro que no Brasil se dar mais valor a jogos da Copa do Mundo do que a um debate entre aqueles que concorrem para ser o chefe maior do Executivo Nacional pelos próximos quatro anos.

No período da Copa do Mundo no Brasil, as escolas, faculdades e universidades, ou seja, todas as instituições educacionais paralisaram suas atividades durante os jogos da seleção brasileira de futebol.

Inclusive, chegou a haver orientação do Governo para que não se tivesse aulas durante toda a Copa, em especial nos dias de jogos da seleção brasileira. Já durante o processo eleitoral, durante as raras oportunidades de enfrentamento direto, ninguém comenta nada, não se ouve falar de uma escola ou faculdade que tenha suspendido suas aulas para que os alunos pudessem conhecer os candidatos e os seus projetos de Governo. 

Se for um jogo da seleção, e não dar pra suspender as atividades educacionais ou comerciais, coloca-se telões pra galera assistir. É questão de patriotismo torcer pelo futebol brasileiro. Mas se é um debate onde está presente o futuro mandatário da Pátria, que será escolhido em processo eleitoral, faz-se de conta que não está acontecendo nada. Para isto não há patriotismo, talvez seja por que não se executa o Hino Nacional Brasileiro na abertura do debate.

Aliás, quando se fala em parar para assistir os debates, argumentam que é preciso estudar, o conteúdo da aula é muito importante, “precisamos estudar e trabalhar pra ter sucesso”, ou seja, ganhar o “Pão”, e “não podemos suspender a aula para assistir um debate”, mas o impressionante é que podemos interromper estas atividades para assistir o “circo”, “ops”, a copa do mundo.

Diferente da política do “Pão e Circo” Romana, em que o Imperador Vespasiano, governante do Império nos primeiros anos do calendário cristão admite em carta ao seu filho e sucessor Tito que o povo preferia sentar sua “bunda” em uma arquibancada de coliseu ao invés de uma escola. Vespasiano escreveu: “Pensa: onde o povo prefere pousar seu clunis: numa privada, num banco de escola ou num estádio? Num estádio, é claro!”. No Brasil é a escola que incentiva a sentar o “clunis” em uma cadeira ou no chão para prestigiar os “heróis” do circo do futebol, ao invés de incentivar o povo a escolher os seus “imperadores”.

Jota Alves
Radialista – Apresentador do Programa Mundial Notícias na Rádio Mundial FM e Colunista do Blog do Sigi Vilares.