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Ago/14 |
Presidentes eleitos no Brasil não são aqueles escolhidos pela maioria dos eleitores |
Há quem defina a Democracia como a vontade de uma maioria imposta a uma minoria, principalmente na escolha de seus representantes, ou seja, o candidato eleito é aquele que recebe o apoio da maioria dos eleitores. Este é um dos motivos para a existência do segundo turno, ou seja, se um candidato não obtém mais de 50% dos votos válidos no primeiro turno, realiza se então uma nova eleição com os dois candidatos mais votados, sendo declarado vencedor aquele que obtiver mais da metade dos votos válidos.
O grande problema que vem desequilibrando a Democracia é o grande número de abstenções, votos nulos e votos em branco.
As estatísticas mostram números preocupantes. A velha mania de achar que todo político é igual tem feito com que os candidatos a Presidência da República vençam as eleições sem o apoio da maioria. Um grande número de eleitores tem votado em branco, nulo ou até mesmo vem deixando de votar. Resultando assim na vitória de um candidato que não representa a escolha da maioria.
Nas eleições de 1998, o eleitorado brasileiro era de aproximadamente 106 milhões de eleitores, o candidato eleito no primeiro turno, Fernando Henrique Cardoso obteve aproximadamente 36 milhões de votos, ou seja, pouco mais que 30% dos eleitores brasileiros aptos escolheram FHC como Presidente do país.
Nas Eleições de 2002, o Brasil tinha aproximadamente 115 milhões de eleitores aptos, Lula foi eleito no segundo turno com pouco mais de 52 milhões de votos, ou seja, com o apoio de pouco mais que 45% dos eleitores.
Em 2006, Lula foi reeleito também no segundo turno, desta vez com aproximadamente 58 milhões de votos. Comparado com o eleitorado daquele ano que era de aproximadamente 125 milhões de eleitores, Lula obteve votos de cerca de 47% dos eleitores aptos.
Nas eleições de 2010, o Brasil tinha um eleitorado de aproximadamente 135 milhões de eleitores. Mais uma vez houve segundo turno, desta vez a candidata eleita foi Dilma Rousseff. Com aproximadamente 55 milhões de votos, Dilma foi a escolha de aproximadamente 40% dos eleitores brasileiros.
Os números apresentados acima mostram uma realidade preocupante e traz para a atualidade a frase do Filósofo Grego Platão dita a cerca de 400 anos antes do nascimento de Cristo. Platão afirmava que “a penalização por não participares na política, é acabares por ser governado pelos teus inferiores.” Se quisermos um País melhor, se desejamos um futuro melhor para as próximas gerações, temos a obrigação de indicar aqueles que nos representam, ou então, se colocar na condição de possível representante.