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Jun/24 |
Fórum discute importância do aquífero Urucuia para região oeste da Bahia |
Tendo em vista a importância do aquífero Urucuia para a Bahia, os membros do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande (CBH Rio Grande) participaram do fórum "Uso e Monitoramento do Aquífero Urucuia para uma melhor gestão das águas", em Luís Eduardo Magalhães, na região oeste do estado.
Promovido na 18ª edição da Bahia Farm Show, o debate reuniu especialistas em recursos hídricos, gestores públicos, produtores rurais e pesquisadores.
Em meio à discussão sobre o segundo maior aquífero do Brasil, o secretário do CBH Rio Grande, Eneas Porto, destacou a realização de estudos para o monitoramento e uso sustentável dos mananciais, considerando o potencial do aquífero para o desenvolvimento do estado.
"O monitoramento visa justamente permitir que essa água seja empregada para os diversos usos de forma sustentável, inclusive irrigação, para a produção de alimentos e o consumo urbano, para a dessedentação de animais, a indústria e recreação", disse.
Ainda segundo ele, as informações e os dados gerados pelos estudos são essenciais para implementação de ações relacionadas ao uso dos recursos hídricos. "Quando se fala em preservação e melhoria da gestão do aquífero, a gente pensa em um sistema em que se possa ter informações seguras, transparentes e que dê subsídio aos tomadores de decisão, também aos usuários", ponderou.
Presente no evento, a especialista em Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e representante da instituição no CBH Rio Grande, Larissa Cayres, reiterou a necessidade do debate acerca da gestão diante do contexto de mudanças climáticas, considerando a preservação do aquífero e manutenção da economia da região em decorrência da demanda, como o uso na agricultura.
"Um debate sobre o monitoramento do Urucuia é essencial para garantir a sustentabilidade do aquífero, assim como a sustentabilidade das atividades econômicas desenvolvidas na região e, claro, a sustentabilidade ambiental com a manutenção da qualidade de vida", avaliou.
A partir disso, a especialista da Sema ressaltou que uma boa gestão perpassa pelo entendimento da oferta e demanda dos recursos. Nesse sentido, o comportamento do aquífero deve ser estudado ao longo do tempo para evitar problemas futuros.
"É fundamental para que a gente faça uma gestão adequada desse recurso, que a gente monitore o comportamento dele, para que ações, a política pública, o comando e controle possam garantir que esse uso seja feito de forma sustentável e não venha prejudicar tanto os usos atuais quanto a possibilidade de usos futuros", acrescentou
Ações
Durante o fórum, o diretor de Recursos Hídricos e Monitoramento Ambiental do Inema, Antonio Martins, apresentou as iniciativas do Governo do Estado voltadas para a preservação e boa gestão do Urucuia.
"O Governo vem trabalhando na implementação de políticas que impactem positivamente na conservação de nossas reservas de água subterrânea, a exemplo da gestão das Unidades de Conservação e na ampliação e manutenção da rede de coleta e análise da qualidade das águas dos rios e lagoas, nos seus trechos mais importantes", pontuou.
O diretor ainda destacou a atuação da equipe técnica do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) na produção de estudos e monitoramento do aquífero.
Potencial
Entre as ações apresentadas no fórum está o Estudo do Potencial Hídrico, realizado pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em sua terceira etapa, o estudo integra o Programa de Monitoramento dos Mananciais Hídricos Superficiais e Subterrâneos através de um sistema em tempo real. De acordo com o coordenador do projeto e professor da UFV, Everardo Mantovani, o sistema de monitoramento será crucial para a melhor gestão dos recursos hídricos na região.
O evento contou com a participação de pesquisadores da UFV, do geólogo do Inema, Zoltan Romero, do pesquisador e gerente de Hidrologia e Gestão Territorial do Serviço Geológico do Brasil, Amilton Cardoso, e do produtor rural Júlio Busato.