19
Ago/14 |
Jota Alves: Sem Campos, Marina é sinônima de incertezas |
A morte trágica e inesperada do ex-governador do Pernambuco e candidato a Presidência da República Eduardo Campos resultou em alterações inesperadas para o cenário político eleitoral 2014.
Marina Silva até o momento não é a substituta oficializada pelo PSB, Partido que era comandado por Campos. Mas a sua candidatura já é dada como certa, tanto que o Datafolha já realizou pesquisa com seu nome no lugar de Eduardo Campos.
Surpreendente para alguns, Marina Silva não só aparece na frente do tucano Aécio Neves, como também venceria a atual Presidente Dilma Rousseff em um provável segundo turno.
Uma preocupação a mais para os opositores é o índice de rejeição de Marina Silva, muito inferior aos dos seus principais concorrentes. A presidente Dilma tem a maior taxa de rejeição, 34% dos entrevistados disseram que não votam nela de jeito nenhum, enquanto isso Aécio é rejeitado por 18% e Marina apenas 11%.
Por outro lado a cúpula da situação comemora a melhora no índice de aprovação do Governo Dilma, que saltou de 32% para 38%. Evolução de seis pontos percentuais. Talvez não mereça tanta comemoração assim, visto que mais de 60% dos brasileiros demonstram certa insatisfação com a atual administração. 23% consideram como ruim ou péssimo e 38% como regular.
Para aqueles que comemoram o resultado de Marina Silva, uma má noticia, ela caiu em relação a última pesquisa que tinha seu nome como presidenciável. Teve menos intenções de votos agora do que os 27% que obteve em abril, quando não estava certo que a chapa do PSB seria encabeçada por Eduardo Campos. Isto de certa forma derruba o argumento de que o momento emocional favoreceu Marina.
Problemas também para os tucanos. Com Campos na disputa a ida de Aécio Neves para o segundo turno era dada como certa, agora vai ter uma concorrente teoricamente mais difícil. E de acordo com o Datafolha, no momento está tecnicamente empatado com Marina, enquanto quando o concorrente era Campos, a vantagem de Aécio era notória.
A morte de Campos é uma perda irreparável para a Política Brasileira. Ao mesmo tempo cria uma situação diferenciada no cenário político. Um momento de incertezas. Não se sabe se Marina nos próximos dias estará disputando o primeiro lugar com a atual Presidente, ou se pode perder a momentânea segunda colocação para o tucano Aécio Neves. É possível fazer projeções para quaisquer dos lados. Há quem diga que ela está em ascensão devido a comoção social e por aparecer na frente de Dilma em um provável segundo turno. Mas há também quem diga que ela está indo de ladeira a baixo por não consegui se quer igualar a sua última marca registrada na pesquisa realizada em Abril.