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01
Ago/14

Jota Alves: Currículo bom não basta!

Há alguns dias atrás li na internet uma estória de um jovem de origem humilde com excelente nível acadêmico, aluno exemplar desde o ensino secundário, pós-graduado, que tentava uma vaga de gerente em uma multinacional. 

Ao ser entrevistado pelo diretor da empresa foi questionado sobre quem pagava as mensalidades dos cursos que ele fazia, e se ele de alguma forma contribuía com o trabalho desta pessoa. O jovem respondeu que era sua mãe quem trabalhava lavando roupas para pagar, mas que nunca havia ajudado-a, pois ela recusava sua ajuda, preferia que ele utilizasse o tempo estudando. O diretor então solicitou que naquela noite ele lavasse as mãos de sua mãe e se possível ajudasse ela a lavar as roupas. Assim fez o jovem. 

No outro dia, voltou emocionado, dizendo que a partir daquela experiência aprendeu o que é dar valor, que sem sua mãe, aquele ser bem sucedido jamais existiria, e que ao trabalhar e ajudar a mãe, percebeu a dificuldade e a dureza que é ter algo pronto, e sobre tudo, a importância e valor de uma relação familiar.

Era justamente o que o diretor procurava. Alguém que soubesse apreciar a ajuda dos outros, alguém que conhecesse o sofrimento dos outros para realizar determinadas tarefas. Alguém que soubesse reconhecer o trabalho dos outros. E, principalmente, alguém que não colocasse o dinheiro como único objetivo de vida. Não bastava o currículo, o candidato precisava saber praticar a alteridade. O jovem foi contratado e o resultado foi o melhor possível.

É uma estória, desconheço o autor, mas trás uma ótima reflexão para as atuais administrações. Às vezes temos pessoas com excelentes currículos, mas que não fazem ideia do que é alteridade. Não sabem se colocar no lugar do próximo, muito menos do seu subordinado. Pede coisas absurdas em tempo insuficiente até pra ele mesmo que é um super graduado, imagine pra alguém que não teve a mesma oportunidade de estudo que ele. Como resultado há uma alta rotatividade de funcionários que não conseguem cumprir com suas tarefas e geralmente se tornam infelizes no trabalho. Isto tem sido um gargalo nas administrações, e muitos diretores e proprietários por repararem apenas o currículo, veem seus negócios afundarem sem conseguirem encontrar o erro, e, geralmente, acabam culpando o mercado. 

Jota Alves
Radialista – Apresentador do Programa Mundial Notícias na Rádio Mundial FM e Colunista do Blog do Sigi Vilares.

Fonte:Blog do Sigi Vilares/Colunistas
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