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Set/23 |
Histórias de superação |
A Amanda apoia a doação de orgãos
O ar já não circulava no peito e a angústia aumentava, porque os dias passavam e a expectativa de vida diminuía. Assim eram os dias de Amanda Reis. Gaúcha, nascida em Erechim/RS portadora de uma grave doença de nome Fibrose Cística, doença progressiva e sem cura. Amanda teve seu diagnóstico aos 8 meses de vida.
Em 2019 Amanda já se encontrava com apenas 30% de capacidade pulmonar. Amanda estudava Biologia na Universidade Federal de Florianópolis, e então em conjunto com sua família viram a necessidade de se mudar para Porto Alegre/RS para entrar na lista de transplante. Mas assim como o mundo sofreu, Amanda também sentiu na pele as dificuldades com a chegada da pandemia pelo Covid. O quadro de Amanda se agravou no aspecto físico e consequentemente o mental também. Hospitais lotados e a Fibrose Cística tomava conta cada vez mais de seus pulmões.
Com o apoio da equipe de transplante da Santa Casa de Porto Alegre, Amanda não entregou os pontos. Finalmente em março de 2021 essa gaúcha persistente foi ativada na lista de transplante pelo tão sonhado pulmão e chance de renascimento.
Em determinado momento do aguardo, internada, Amanda chegou a ser chamada para o transplante, realizou todos os exames preparatórios para aguardar o órgão. Porém, para o transplante ocorrer o órgão precisa ser perfeito para o paciente, nesse caso, o pulmão que surgiu era muita grande para o tórax da receptora Amanda. Com tranquilidade na voz, ela afirma que não ficou triste por não dar certo nessa primeira chamada, pois sabia que no tempo certo tudo se encaminharia.
Amanda Reis Spironello
No dia 20 de abril de 2022, às 20 horas, sua médica Dra. Leticia ligou, informando que tinha um pulmão perfeitamente compatível, esse pulmão era unicamente especial e perfeito para Amanda. Nesse momento, tamanha era a emoção que Amanda relata; “A partir dali eu disse, Dra. eu não estou te escutando. E passei o telefone para minha mãe”.
Depois disso foram recebidas as orientações de preparação do processo, em seguida se encaminharam em direção ao hospital. E veja só caro leitor, é possível imaginar quantas coisas passaram pela mente da Amanda e sua mãe nesse percurso de sair de casa até chegar no hospital?! O que será que passa nos pensamentos de uma pessoa que aguarda meses e as vezes até anos por um transplante? A última chance de vida de uma pessoa nessas condições. Pode ser o fim, ou recomeço de uma nova vida! No dia 21 de abril Amanda foi transplantada e no dia 23 já foi extubada. Sua recuperação foi excelente.
Amanda acrescenta, “Foi perfeito do jeito que tinha que ser”. Com alegria, relata que hoje, após um ano e meio do procedimento, faz parte da ANPPT – Associação Nacional de Pré e Pós Transplantados, com o objetivo de ajudar outras pessoas que passam pelo mesmo processo. Exemplo de superação, hoje, Amanda trabalha em home office como Social Mídia e cursa Publicidade e Propaganda e Design de Produto em Porto Alegre/RS. Além disso presta um serviço social e voluntario para a ANPPT.
Com o apoio dos familiares, amigos e equipe médica Amanda conseguiu enfrentar esse momento. Emocionada por poder dividir a trajetória, agradece a oportunidade e afirma que “o ato da Doação de órgãos pode ajudar a salvar muitas vidas”.
Centro da história – Amanda Reis Spironello
Autor – Marindia Cecchetti Lahm
Revisão – Edelbert Krüger
Jornal – Blog do Sigi Vilares
29.09.2023
Esteio/RS