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Jul/14 |
Jota Alves: Quem é o Brasil pra criticar Israel? |
Poderia iniciar este artigo enaltecendo as riquezas naturais, culturais e econômicas deste País continental. Mas daí seria injusto comparar o Brasil com Israel, visto que somos privilegiados geograficamente e a natureza é muito generosa em nosso território. Talvez com a leitura deste texto, você leitor, fique ainda mais indignado com o que estão fazendo com o nosso País. Mas não, este não é o foco, porque isto Israel fez, elogiou bastante estas características do Brasil, e mesmo assim taxou o nosso País de “anão” diplomático.
Ao analisar as críticas, a postura do Governo Brasileiro e a retirada do embaixador Henrique Filho de Israel, lembrei-me da frase, “o sujo falando do mal lavado”. Se me perguntar: como assim? Respondo, quem é omisso em sua obrigação também é responsável pelo crime.
Explico. Após 16 dias da ação ofensiva de Israel, já morreram aproximadamente 750 palestinos, sendo mais de 70% civis, já do lado israelense, foram aproximadamente 40 mortos, a maioria militares, resultando num total aproximado de 800 mortos. Isto dá uma média de aproximadamente 50 mortes por dia.
Por que então dizer que é “um sujo falando do mal lavado”? Neste mesmo período, mesmo não estando em situação de guerra, se mantida a média dos últimos anos, morreram vítimas de homicídio aproximadamente 2.500 brasileiros. É isto mesmo, três vezes mais mortes do que em uma zona de guerra.
Então, antes de atirar pedras, por que não olhar primeiro para os nossos pecados? Por que se meter em problemas de outros países quando os nossos são maiores que os deles? Serve para o Brasil o ensinamento do homem que levou o povo indiano a independência do domínio britânico em 1947, Mahatma Gandhi, afirmava que “Antes de querer mudar o mundo, você deve mudar a si mesmo”.