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Set/23 |
Polícia Federal investiga advogados da 'Operação Faroeste' por participarem de decisões judiciais |
A Polícia Federal deflagrou uma operação na manhã desta quinta-feira (14), que investiga a participação de advogados de acusados na "Operação Faroeste" em negociações de decisões judiciais de um desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
A TV Bahia entrou em contato com o TJ-BA e aguarda posicionamento sobre o caso. Os nomes dos advogados não foram revelados.
Nesta fase da investigação, de acordo com a PF, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, em endereços residenciais e profissionais dos investigados, em Salvador.
Segundo a Polícia Federal, foi determinado ainda o bloqueio de, aproximadamente, R$ 37 milhões em bens e valores dos investigados, por causa das suspeitas de origem ilícita, e suspensão do levantamento pelos investigados de cerca de R$ 7 milhões, vinculados aos processos em que foram proferidas as decisões investigadas.
Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e Lavagem de Capitais.
Operação Faroeste
A Operação Faroeste apura um esquema de venda de decisões judiciais para a grilagem de terras no oeste da Bahia. A ação Operação Faroeste começou no final de 2019, com a prisão de quatro advogados, o cumprimento de 40 mandados de busca e apreensão e o afastamento dos seis magistrados – entre eles o presidente do TJ-BA da época. Desde então, várias prisões e movimentações no caso ocorreram.
As investigações da Polícia Federal apontam a existência de um esquema de venda de decisões judiciais por juízes e desembargadores da Bahia, com a participação de membros de outros poderes, que operavam a blindagem institucional da fraude.
O esquema supostamente consistia na legalização de terras griladas no oeste do estado. A organização criminosa investigada contava ainda com laranjas e empresas para dissimular os benefícios obtidos ilicitamente.
Há suspeitas de que a área objeto de grilagem supere os 360 mil hectares e de que o grupo envolvido na dinâmica ilícita tenha movimentado cifras bilionárias.
A Polícia Federal informou que o grupo é suspeito de corrupção ativa e passiva, lavagem de ativos, evasão de divisas, organização criminosa e tráfico influência.