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Jul/14 |
Internauta: Acaso ou descaso? 16h de viagem |
Olá, Sigi Vilares,
Sou leitora assídua deste blog e por isso o escolhi para fazer a minha reclamação. Eis que no dia 17 de julho (quinta-feira) tomei um ônibus da empresa Rápido Federal, às 19 horas e 45 minutos, que fazia a linha Barreiras-Salvador.
Cerca de 40 minutos depois o ônibus parou em um posto de gasolina pouco antes da entrada que dá acesso a Baianópolis. O motorista, depois de uma breve avaliação, concluiu que havia um problema mecânico na suspensão, de modo que o ônibus travou.
Mesmo não tendo a real dimensão do problema, imagino que não tenha sido algo tão simples, pois o mesmo informou que a porta não poderia ser fechada, pois corria-se o risco de não mais poder abri-la, não se podia dar a partida.
Permanecemos ali por cerca de uma hora e meia. Chegou então um ônibus para o qual todos os passageiros foram transferidos. Às cinco horas da manhã, os passageiros foram novamente surpreendidos por outro motorista que veio nos informar que o ônibus substituto havia também quebrado, desta vez, era a caixa de marcha. Sugeriu, então, que todos nós fossemos transferidos para um outro veiculo da empresa que, casualmente, estava passando vazio na hora, em direção a Salvador.
Todos os passageiros ficaram atordoados sem entender o que de fato acontecia. Estávamos no meio de uma estrada, sem saber nossa localização exata, longe da cidade e sequer havia sinal de rede móvel. Ao seguir para o terceiro ônibus, todos tiveram que andar pelo meio da pista já que não havia acostamento.
Depois de dezesseis longas horas de viagem chegamos à Salvador agradecendo a Deus por não ter ocorrido algo pior. Durante o trajeto muitos atribuíram os fatos ocorridos à falta de sorte, acaso. Eu, no entanto, duvido do acaso e acredito que problemas mecânicos repetidos são da ordem de um certo descaso com o consumidor.
Hoje a minha sensação é de desrespeito ao direito das pessoas, pois houve relatos, dos outros passageiros, de que repetidas vezes isto vem acontecendo. Havia idosos com dificuldade de deslocamento e crianças que se sentiam desconfortáveis com a demora excessiva.
Sem contar com os risco que corremos em permanecermos parados em um lugar inóspito, haja visto os assaltos e acidentes que sabemos que ocorrem. A sensação é a de que o consumidor está vulnerável. Não há mais água, o motorista responde sozinho pela empresa e se desdobra para realizar outras funções (como se dirigir já não fosse extremamente cansativo), não se conta mais com a pontualidade. E não vemos o preço da passagem diminuir conforme a qualidade do serviço prestado. Espero melhoras, pois carregam o bem mais precioso: vidas.
Att. Silvia S. M