Todo cuidado é pouco com o que se divulga nas redes sociais. O deputado federal Capitão Alden (PL) fez uma postagem divulgando que votou contra o requerimento de urgência do projeto de lei das Fake News, também chamado de PL da Censura, mas o sistema da Câmara dos Deputados informa que o parlamentar baiano estava ausente da votação, cumprindo missão oficial.

Na terça-feira (25), quando houve a votação, que não permitia o sufrágio remoto, o parlamentar estava em Salvador e não participou, elevando o número de deputados do Partido Liberal ausentes no plenário, em Brasília, num total de 14. Da Bahia, dos três parlamentares do PL, só a deputada Roberta Roma esteve na sessão e votou contra a proposta.

A abstenção revoltou os eleitores bolsonaristas, que foram pra cima de seus representantes, sobrando para Alden na Bahia. O capitão da PM teve que ficar se explicando, alegando que comunicou e foi autorizado pelo presidente Arthur Lira a representar a Câmara Federal na audiência dos produtores rurais contra as invasões de terra no mesmo dia, na Assembleia Legislativa.

A justificativa não colou e o que ficou evidenciado foi a contradição do parlamentar, que acabou gerando uma fake news, quando divulgou que votou contra o requerimento e não o fez. A precipitação não deixou o Capitão Alden bem na fita.

Este Política Livre verificou, nesta quinta-feira (27), que o sistema da Câmara dos Deputados informa que o deputado estava ausente das votações da terça-feira (25).

Resposta:

Por meio de nota, a assessoria de imprensa do parlamentar declarou que “vem a público esclarecer que o Deputado de fato estava em Salvador em um evento na Assembleia Legislativa da Bahia, na data da referida votação, mas fez o registro de seu voto contrário ao PL 2630/2020, por meio de requerimento junto à Câmara Federal.

A assessoria do parlamentar enviou três links que comprovariam o voto contrário de Alden (aqui, aqui e aqui), mas, neste link pesquisado por este Política Livre, que registra todas as votações do deputado neste ano, pode-se constatar que as declarações de voto do deputado federal não modificaram o placar da votação; como se pode verificar, o deputado esteve ausente, com a já mencionada justificativa de cumprir missão oficial, e não teve voto computado.