Em reunião realizada na tarde desta segunda-feira, (24), a comitiva australiana formada por Nicholas Lovegrove, da embaixada da Austrália no Brasil; Prof. Anik Bhaduri – Australian Rivers Institute, Griffith University;  Cesar Siefert -Tropical Water Research Alliance; Larissa Corteletti -Tropical Water Research Alliance, apresentou ao vice-prefeito de Barreiras e secretário de Planejamento, Emerson Cardoso, secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Demósthenes Júnior e a subsecretária de Agricultura e Tecnologia, Manuela Maia, o projeto de “Avaliação abrangente de Ameaças e Soluções Bioeconômicas na região baiana da Bacia do São Francisco”, realizado com a proposta de elencar os problemas ambientais associados à água, tanto no Brasil quanto na Austrália.

O projeto tem o objetivo de contribuir com o desenvolvimento agrícola, identificando técnicas de manejo sustentável da terra e abordagens para reduzir as ameaças à bioeconomia da bacia hidrográfica do Rio Grande, um dos mais importantes afluentes da Bacia do Rio São Francisco, além de ser um instrumento de planejamento dos recursos hídricos. Financiado pela Embaixada da Austrália no Brasil, o levantamento no Oeste contou com o apoio da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e do Comitê da Bacia do Rio Grande, para a realização dos trabalhos de campo e coleta de dados.

“Esse projeto tem uma grande importância para a questão da segurança hídrica e da produção agrícola da bacia do Rio Grande, e veio num momento oportuno quando foram desenvolvidos outros estudos, a exemplo do estudo de potencial hídrico da região e também o plano de recursos hídricos da bacia do Rio Grande. Então, a partir desse estudo que fizemos, analisamos que várias informações já contemplavam esse novo trabalho, o que gera mais um mecanismo, mais uma pesquisa para a gente adotar as práticas de manejo, para ter uma boa conservação de solo e de água na região”, disse o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Demósthenes Júnior.

O estudo proposto para identificar os principais riscos da produção agrícola, a provisão de serviços ecossistêmicos e a segurança hídrica duraram um ano, tempo em que foram feitos levantamentos com os produtores para constatar quais práticas de manejo do uso do solo e de água são aplicadas, para comparar a efetividade do trabalho com os problemas apresentados na Bacia. De acordo com a comitiva, dentre as principais conclusões do projeto está a indicação que há uma predominância de risco moderado à produção agrícola e baixo risco aos serviços ecossistêmicos na região. A pesquisa mostra que 81% do valor adicionado para atividades agropecuárias são produzidos em áreas sob média ameaça, entre riscos à produção agrícola e riscos aos serviços ecossistêmicos.

Mas por outro lado, ainda de acordo com o projeto, os produtores apresentam alta eficácia para enfrentar os riscos, o que indica que as soluções aplicadas nas propriedades têm grande eficiência, importante para manter a produção agrícola com sustentabilidade, considerando tanto a eficácia das práticas de manejo quanto do aumento da produtividade e também a provisão dos serviços ecossistêmicos.

Ao longo do projeto foram feitas diversas parcerias com instituições, e para a comitiva, a Prefeitura de Barreiras é vista como um parceiro potencial para participar do trabalho, auxiliando e validando os resultados no suporte aos produtores rurais. A intenção é que as informações coletadas apoiem as políticas de gestão e manejo da terra e da água, pensando na sustentabilidade e redução de perdas relacionadas às mudanças climáticas e com o aumento da produção agrícola na região.

O vice-prefeito e secretário de Planejamento, Emerson Cardoso, considera o projeto australiano importante e destaca que vem ao encontro com uma das propostas elaboradas pela gestão municipal para o desenvolvimento de Barreiras até 2030, que é manter a oferta de água e a reserva hídrica.

“Recebemos a comitiva australiana e nos colocamos à disposição, inclusive vamos oficializar a nossa intenção de manter esse estudo, de apoiar no que for necessário, porque sabemos da importância dessa reserva hídrica para Barreiras e região. Então, pela representatividade de nosso município no Oeste da Bahia, de forma nenhuma ficaríamos distante dessa realidade, ainda mais agora com o apoio também do setor produtivo, entendemos que estamos no caminho certo”, finalizou o vice-prefeito.