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Jan/23 |
Isenção de IR para quem recebe até R$ 5.000 não passou de promessa de campanha |
Por enquanto, ainda pode ser encontrada a matéria no site do PT, que afirma: “Com Lula, isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil finalmente sairá do papel”. Quem quiser conferir, seja rápido, se é que me entendem.
A matéria traz aquele tipo de apelo que jura defender os mais pobres, com declarações como: “A correção da tabela do Imposto de Renda é uma medida urgente para corrigir distorções entre contribuintes”, e ainda confirma: “Ao longo de toda a campanha eleitoral, Lula defendeu a medida como forma de desafogar as classes C, D e E, revertendo a redução da cobrança em mais renda para as famílias brasileiras”.
Mas, como promessas de campanha são escritas na areia e, logo que se chega ao poder, as ondas do mar do esquecimento vêm e as apagam, essa é apenas uma das que jamais serão cumpridas, decepcionando quem acreditou piamente que o Brasil “voltaria a ser feliz”. Aquilo que era “urgente” ficou só no discurso mesmo.
Isso porque, ao contrário do que foi prometido, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a prioridade será a reforma dos impostos sobre o consumo, e que uma “eventual” reformulação da tabela do IR ficaria apenas para 2024. Deve ser uma daquelas urgências que podem esperar mais um aninho, afinal de contas, para cumprir algumas das inúmeras promessas feitas para ajudar “os mais pobres”, será preciso muito dinheiro. E, ainda que não faça o menor sentido que o dinheiro para ajudar os mais pobres seja tirado do bolso dos próprios pobres, é isso o que temos para hoje (e para o resto do ano, no mínimo).
Além do mais, será preciso uma quantia imensa de recursos para pagar os salários de todos os aliados de Lula que ganharam cargos em retribuição ao apoio que prestaram na campanha. Os 37 ministérios, com suas secretarias e todos os demais departamentos ligados pendurados a eles, não vão se sustentar sozinhos, até porque o governo não produz nada, apenas vive do dinheiro do contribuinte. Logo, quanto mais contribuintes, mais dinheiro para bancar a farra.
A questão é que, com o novo salário mínimo em R$ 1.302, sancionado pelo governo anterior, quem recebe acima de R$ 1.904 vai ter de pagar imposto de renda sob a alíquota de 7,5%. Sem choro nem vela e com menos renda para as famílias brasileiras, o exato oposto do que foi prometido em campanha. Mas, honestamente, alguém — fora aqueles que adoram viver de ilusão — esperava algo diferente?