O número de beneficiários do Bolsa Família superou o de trabalhadores com carteira assinada em 13 estados brasileiros, excluindo o setor público. A informação revela um panorama específico para a economia e a geração de empregos no Brasil.

Em análise aos dados, o economista VanDyck Silveira avalia que: “o Bolsa Família tem hoje 56 milhões de pessoas que recebem esse auxílio. Estamos falando de um quarto da população brasileira vivendo na dependência,” declara. O economista destacou a dificuldade que muitas pessoas enfrentam para sair dessa dependência.

Silveira explicou que essa dependência dos programas sociais pode desestimular o trabalho formal e a atividade empreendedora. “Se essas pessoas encontram um emprego que pague acima de um salário mínimo, conseguem manter o benefício por até dois anos, o que é uma política pública importante para incentivá-las a buscar emprego,” acrescentou.

Necessidade de educação e requalificação

Para reduzir a dependência dos programas sociais, Silveira enfatizou a importância da educação e da requalificação profissional. “É essencial promover o reskilling e o upskilling dessa população. Uma parte significativa nem sequer tem o ensino fundamental,” afirmou. Dessa forma, ele aponta que, para transformar essas pessoas em membros ativos da sociedade, é preciso investir em educação de qualidade.

Crescimento estagnado

Em suma, o economista também comentou sobre o baixo crescimento econômico do Brasil. “Estamos soltando fogos porque o Brasil vai crescer 2,1%, mas os países emergentes vão crescer 6% este ano. O problema do Brasil é crescimento,” disse. Além disso, Silveira argumentou que, sem políticas públicas focadas na qualidade da educação e na saúde pública, o país não conseguirá crescer significativamente.