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Jul/25

Senadores vão aos EUA tentar barrar tarifa de 50% imposta por Trump a produtos do Brasil

O tarifaço tem sido visto como um gesto de endurecimento comercial do ex-presidente republicano com países que considera concorrentes diretos da indústria americana.

Uma comitiva formada por oito senadores brasileiros embarcará para Washington na próxima semana com uma missão urgente: tentar impedir o chamado “tarifaço” de 50% imposto pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida, anunciada pela gestão do ex-presidente Donald Trump, está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto e já preocupa fortemente o setor produtivo nacional.

A missão parlamentar será conduzida pela Comissão Temporária do Senado criada especialmente para tratar das relações econômicas com os Estados Unidos. O presidente da comissão, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), afirmou que o objetivo da viagem é “sensibilizar as autoridades americanas sobre os impactos negativos da tarifa para a economia brasileira”. Trad também reforçou a necessidade de uma atuação diplomática coordenada para evitar prejuízos bilionários ao agronegócio, à indústria e à balança comercial do país.

A senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura e também integrante da comissão, foi mais incisiva e cobrou uma postura mais firme do governo brasileiro. “Precisamos de uma negociação mais enérgica e direta com os Estados Unidos. O momento exige coragem e articulação política de alto nível”, afirmou.

A comissão parlamentar estará em Washington entre os dias 29 e 31 de julho, em uma espécie de ofensiva diplomática de última hora, já que a tarifa passará a valer no dia seguinte. Os senadores têm encontros previstos com membros do Congresso americano, autoridades do Departamento de Comércio dos EUA e representantes da Embaixada do Brasil.

Nos bastidores, a avaliação é de que a medida anunciada por Trump tem forte componente político e pode se intensificar com a reeleição dele nas eleições de novembro. O tarifaço tem sido visto como um gesto de endurecimento comercial do ex-presidente republicano com países que considera concorrentes diretos da indústria americana.

A tarifa de 50% pode afetar diretamente setores como o de aço, alumínio, celulose, produtos agrícolas e até bens manufaturados. Empresários brasileiros alertam para o risco de demissões em massa, fechamento de fábricas e redução das exportações, o que geraria um efeito cascata sobre o crescimento econômico.

Além da pressão parlamentar, o governo brasileiro também estuda recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) caso não haja recuo por parte dos Estados Unidos. Nos próximos dias, o Itamaraty deve divulgar nota oficial sobre os desdobramentos da missão dos senadores.

O cenário é de incerteza, mas o recado do Congresso brasileiro é claro: o Brasil não aceitará passivamente medidas que prejudiquem sua economia e espera respeito mútuo em suas relações comerciais com os EUA.

Fonte:Agenda Capital
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