
A Bahia Farm Show 2025 começou oficialmente nesta terça-feira (10), com uma cerimônia que reuniu governo, produtores, empresários e lideranças do agro no auditório da Aiba, no Complexo Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães, no Oeste da Bahia. A Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), apoiadora histórica da feira, foi representada por sua presidente, Alessandra Zanotto Costa, que levou ao palco a voz da cotonicultura baiana e a força do setor que transforma a região.
Logo no início de sua fala, Alessandra destacou o peso simbólico deste ano para as entidades que realizam a feira. “2025 é um ano muito especial. A Abapa completa 25 anos, e a Aiba, 35 anos de contribuição para o desenvolvimento regional, com uma trajetória, acima de tudo, de compromisso, crescimento e parceria com o produtor rural.” Ela lembrou que a feira coincide com o início da colheita do algodão na safra 2024/2025 na região Oeste, que plantou aproximadamente 408 mil hectares com a commodity, 34% dela sob irrigação. “Esta safra nos exigiu resiliência e adaptações diante das contingências climáticas. Mas seguimos com compromisso, tecnologia e visão de futuro”, afirmou.
A presidente da Abapa abordou os gargalos que precisam ser enfrentados pelos produtores, em função do descompasso entre as demandas para produção agrícola, no que tange aos licenciamentos ambientais e outorgas para a irrigação, e o tempo de respostas dos órgãos competentes.
“As engrenagens do poder público precisam andar no nosso ritmo para que possamos continuar avançando com responsabilidade, sustentabilidade e inovação, no fornecimento de alimentos e algodão de que a população da Bahia, do Brasil e do mundo necessitam. Para isso, precisamos garantir investimentos, energia de qualidade, logística eficiente e, muito especialmente, segurança jurídica, que, para nós, é um ‘insumo’ tão essencial quanto a semente”, ressaltou.
Alessandra também destacou o potencial da cadeia produtiva do algodão para impulsionar outros setores, como a pecuária e a indústria têxtil. “Poderíamos ser a base para o fortalecimento de uma pecuária tecnificada e moderna, com o uso do caroço de algodão. Sem falar no quanto poderíamos agregar se tivéssemos uma indústria têxtil”, afirmou.
Verticalização
O governador Jerônimo Rodrigues defendeu a industrialização da produção agrícola baiana como caminho para agregar valor às commodities. “Nós ainda exportamos fardos de algodão para comprar tecido. Não estou dizendo que não tenha que vender, porque tem contratos e as indústrias carecem do algodão. Mas é preciso que a gente também crie, no Estado da Bahia, a nossa indústria, e exporte o algodão, o fio e o tecido”, ponderou o governador.
Jerônimo também abordou o desafio da energia elétrica. “Temos a capacidade de produção de energia renovável quase igual ao que consumimos, mas é preciso que essa energia seja ofertada de forma decente e do tamanho que a Bahia merece.”
Moisés Schmidt, presidente da Aiba e da Bahia Farm Show, lembrou que o agronegócio representa 30% do PIB baiano e cobrou agilidade do poder público. “É hora de caminharmos juntos — setor público e produtores — por um único propósito: o fortalecimento do agro baiano com resultados que cheguem até as pessoas e melhorem vidas.”
Proalba
A cerimônia também foi marcada pela entrega de 117 certificados do Programa Proalba, iniciativa da Abapa em parceria com a Aiba e a Adab, que reconhece boas práticas fitossanitárias em estabelecimentos rurais. Outro anúncio importante foi a oficialização do selo que reconhece a Bahia como estado livre da febre aftosa — um passo importante para a valorização da pecuária baiana.
Cotton Cine
Ao final da programação da terça-feira, o governador Jerônimo Rodrigues embarcou no trenzinho do programa Conhecendo o Agro, da Abapa, e foi visitar o Cotton Cine, o cinema do algodão montado em um espaço totalmente preparado para proporcionar às crianças uma imersão na cadeia produtiva da fibra. Jerônimo, a comitiva do governo, políticos e empresários assistiram ao filme da Turma do Agripino. “Um filme alegre e divertido, com um conteúdo muito denso, que trata de uma forma muito carinhosa da relação entre o urbano e o rural, com os adultos explicando a história do algodão, do plantio, do beneficiamento, até chegar a uma loja. Apesar de falar de algodão, ele poderia se aplicar a todas as coisas produzidas no campo. Imagine uma criança que pensa que o suco da caixinha foi produzido no supermercado, sem saber a origem da laranja e da manga, por exemplo. A história é muito criativa e envolve a presença de crianças e animais. Quero parabenizar a Abapa e toda a equipe que o produziu. Acredito que todas as escolas do Fundamental I e II, e até as creches da Bahia poderiam aproveitá-lo”, afirmou.