Nos bastidores de Brasília, começou a circular, à boca miúda, a ideia de que o senador Otto Alencar (PSD-BA) possa ser convidado para compor como vice da chapa presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), em 2026. Segundo apurou o BNews, a articulação — comandada por Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD e atual secretário de Governo de Tarcísio — visaria dar ao bolsonarista paulista maior inserção no Nordeste, especialmente na Bahia, onde Lula venceu com folga em 2022.

O principal argumento para atrair o senador seria oferecer a Otto um desfecho honroso na carreira política, após décadas de atuação, encerrando sua trajetória como vice-presidente da República. O parlamentar tem 77 anos. A aliança, segundo fontes, também seria um argumento forte para uma eventual saída do PSD da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) na Bahia, reposicionando o partido na oposição. Otto, vale ressaltar, é totalmente contrário ao rompimento.

Na semana passada, em entrevista ao programa Se Liga Bocão (Baiana FM 89,3), o pessedista baiano revelou pela primeira vez que foi pressionado a romper com os petistas no estado. Contudo, garantiu taxativamente que pretende caminhar com Lula em uma eventual chapa de reeleição.

Nos bastidores, ainda de acordo com apuração do BNews, Otto tem dito que só sairia candidato a um cargo majoritário em 2026 caso realmente não tenha mais a aliança com o PT, para não “abandonar” os seus deputados e prefeitos.

Apesar do clima tenso entre PT e PSD na Bahia — que se intensificou após o desejo do PT de lançar dois candidatos ao Senado no próximo ano (Jaques Wagner e Rui Costa), retirando assim a chance de reeleição do senador Angelo Coronel (PSD) —, Otto vem afirmando que aguardará uma decisão final do governador Jerônimo Rodrigues, a quem atribui a articulação geral da chapa petista no estado.

Na mesma entrevista, aliás, Otto fez outra importante revelação: admitiu pela primeira vez que lhe "doeu" saber que o PT planeja tirar a vaga do PSD na eleição de 2026. "Eu falei com Coronel que tem uma coisa realmente que doeu em mim. Não posso negar, e mais ainda nele, que fere o amor próprio da pessoa. Ele tendo mandato, têm direito a reeleição e dizer 'você não vai ser mais. Vai ser o Wagner, vai ser o Rui'", desabafou o cacique.