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Out/12 |
PRF e MTE libertam trabalhadores escravos em São Desidério |
A PRF chega para averiguar a denúncia de trabalho escravo.
A comida dos trabalhadores.
O acampamento onde os trabalhadores estavam. Fotos: PRF Saulo Neimam.
Os trabalhadores libertados.
Em uma operação conjunta realizada na última quinta-feira, 11, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), libertaram nove trabalhadores rurais em condições degradantes em uma fazenda no município de São Desidério, na região oeste da Bahia.
Após denúncia anônima, agentes da PRF juntamente com auditores fiscais do Ministério do Trabalho de Barreiras, dirigiram-se até a zona rural de São Desiderio, mais precisamente no distrito de Sítio do Rio Grande, onde encontraram nove trabalhadores rurais em condições degradantes.
O fato aconteceu na Fazenda Novos Tempos I, de propriedade do senhor Nelson Astor Pooter. Os trabalhadores foram encontrados nas seguintes condições: sem registros oficiais (sem carteira de trabalho assinada, sem exame admissionais, sem garantias dos direitos trabalhistas); a fazenda não disponibilizava de um alojamento para os trabalhadores que tinham que se alojar em duas barracas de lona, em condições insalubres e degradantes de acomodações, sem colchões, sem local adequado para higiene pessoal. Os alimentos eram guardados no chão da barraca no mesmo espaço onde dormiam, sem local adequado de preparo e conservação dos alimentos e sem água tratada.
Os trabalhadores disseram aos agentes da PRF e fiscais do MTE que nos primeiros dias que chegaram à fazenda tiveram que dormir no relento até que as barracas de lona fossem construídas.
Todos os trabalhadores são de Barreiras e foram agenciados no dia 24 de setembro deste ano pelo senhor Antônio Pereira da Silva que além de coordenar o trabalho no local, agia como um “gato” termo utilizado para descrever a pessoa que mantém os trabalhadores sob seu controle através da venda de produtos de necessidades pessoais (sabonete, papel higiênico, creme dental, escova dentre outros).
A operação resultou com a destruição dos barracos, o proprietário da fazenda foi notificado pelas irregularidades trabalhistas e os trabalhadores encaminhados para Barreiras para terem seus direitos garantidos.