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Dez/24 |
Oeste da Bahia se torna o maior polo de irrigação por pivôs centrais do Brasil |
A mesorregião do extremo oeste da Bahia conquistou o título de maior polo de irrigação por pivôs centrais do Brasil, ultrapassando o noroeste de Minas Gerais, que até então liderava o ranking. A informação divulgada nesta terça-feira (17) é de um levantamento realizado pela Embrapa.
Com dados até outubro de 2024, o estudo mostrou uma expansão de quase 300 mil hectares irrigados no país em relação à última análise, feita em 2022, pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os resultados obtidos com o levantamento mostraram uma área de 2.200.960 hectares irrigada por 33.846 pivôs centrais, com um acréscimo de 140.842 hectares e 3.807 novos equipamentos de irrigação.
De acordo com o pesquisador Daniel Guimarães, da área de Agrometeorologia da Embrapa Milho e Sorgo (MG), os municípios com as maiores áreas irrigadas são:
Principais mesorregiões
De acordo com Guimarães, esse crescimento está relacionado às condições topográficas, às facilidades de implantação dos empreendimentos, ao uso das águas do Aquífero Urucuia e ao armazenamento da água de irrigação em tanques de geomembrana.
A tabela acima exemplifica o potencial de cada polo. De acordo com o pesquisador, a Bahia possui menos pivôs, no entanto, maiores: a média de área irrigada é de 120 ha. Minas Gerais tem muitos pivôs, mas são pequenos (62 ha). No oeste baiano, 2.771 pivôs irrigam mais de 300 mil hectares
“As tendências de crescimento das principais áreas irrigadas mostram que em breve o município de Barreiras (BA) também deverá superar Cristalina (GO)”, adianta o pesquisador.
Segundo ele, Minas Gerais continua sendo o estado com maior área irrigada por pivôs centrais no país (637 mil hectares).
Além disso, a Bahia superou Goiás, ocupando atualmente o segundo lugar, com uma área irrigada de 404 mil.
De acordo com o levantamento atual, 2,2 milhões de hectares são irrigados por pivôs centrais no Brasil. Em 2022, a área correspondia a 1,92 milhão de hectares.
“Os dados de hoje revelam um crescimento em áreas irrigadas acima de 14% em apenas dois anos, comprovando a dinâmica do setor”, declara o pesquisador Daniel Guimarães, um dos autores do estudo que também contou com a participação da pesquisadora da área de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto, Elena Charlotte Landau.
Entre os biomas brasileiros, mais de 70% dos equipamentos de irrigação estão localizados no Cerrado, e apenas o Pantanal não registrou o uso de irrigação por pivôs centrais no atual levantamento.
Mais de 70% dos equipamentos de irrigação do país usam águas oriundas das bacias hidrográficas do Rio Paraná (37,7%) e do Rio São Francisco (33,1%).
“O dimensionamento das áreas irrigadas e o status de uso desses equipamentos (inativos ou cultivados) são fundamentais para a gestão eficiente dos recursos hídricos no país, além de permitirem a expansão dessa atividade de forma sustentável e reduzirem os conflitos pelo uso da água”, analisa o pesquisador.