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Ago/24 |
Brasil vai chegar a 2070 com 1,1 milhão de nascimentos a menos por ano |
Até o ano de 2070, os nascimentos de novos brasileiros devem diminuir e chegar a um patamar aproximadamente 40% menor em comparação aos dias de hoje. O número de bebês nascidos a cada ano deve cair de 2,6 milhões, em 2022, para 1,5 milhão daqui a 46 anos.
A projeção é do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com base em dados do Censo 2022 e do Ministério da Saúde, e ajuda a explicar a previsão de queda populacional a partir da década de 2040.
Foram registrados 3,6 milhões nascimentos no ano 2000, estatística que caiu para 2,6 milhões em 2022. A estimativa agora é que a queda de natalidade no futuro seja mais lenta, mas o Brasil deve chegar ao início da década de 2070 com 1,5 milhão de nascimentos por ano.
A estimativa do IBGE considera uma tendência, já observada nas últimas décadas, de diminuição do número de mulheres que se tornam mães, assim como a quantidade de filhos em cada família. O declínio no número de nascimentos já ocorre em todas as regiões do Brasil, e deve continuar assim nas próximas décadas.
"A queda da fecundidade no Brasil ganhou força na metade da década de 1960", disse Marla França, analista de pesquisa do IBGE. "Para se ter uma ideia, a taxa no ano de 1960 era de 6,28 filhos por mulher."
Além de terem filhos com menos frequência e em menor quantidade, as brasileiras também devem se tornar mães cada vez mais velhas.
No início do século, a idade média das mulheres ao ter seu primeiro filho era de 25 anos. Hoje, é de 27 anos. O IBGE projeta que, em 2070, a idade média à maternidade será de 31.
O IBGE não pesquisou os motivos para a queda da natalidade, mas não costuma ser difícil identificá-los. Dedicação à carreira, estabilização da vida financeira e custo de vida estão entre os motivos citados à Folha por mães que adiaram a maternidade.
"Sempre tive um pouco de receio do impacto da gravidez na minha carreira", diz a contadora e empresária Paula Brasil, 39, que se mudou de Niterói para a capital paulista há oito anos. "Eu estava em plena ascensão, mas ainda não considerava que tinha um trabalho estável. Resolvi surfar a onda de promoções, uma atrás da outra, sem hora para entrar nem sair do trabalho."