A partir da quarta-feira, 26 de junho, tem início o período conhecido como “vazio sanitário da soja” na Bahia. Durante pelo menos 90 dias consecutivos, é proibido plantar ou manter vivas plantas de soja em qualquer estágio de desenvolvimento na região determinada. Essa medida fitossanitária é estabelecida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em cooperação com a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), por meio da Portaria 056/2024/Adab. O objetivo principal é evitar o surgimento da ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. As informações foram divulgadas pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia.

Paulo Sérgio Luz, diretor-presidente da Adab, alerta para os riscos significativos que a ferrugem asiática representa para as lavouras de soja brasileiras. "Essa praga pode resultar em perdas de até 90% na produção. As plantas afetadas sofrem desfolha prematura e têm seu desenvolvimento comprometido, impactando diretamente na qualidade da colheita. Medidas rigorosas de controle são essenciais para mitigar seus efeitos", ressalta.

Wallison Tum, secretário da Agricultura da Bahia, enfatiza a importância da adesão dos produtores ao período de vazio sanitário. "É crucial que nossos produtores respeitem este período para garantir a continuidade de nossa produção recorde e livre de pragas. A observância do vazio sanitário é uma responsabilidade compartilhada que beneficia todos nós."

Para a safra 2023/2024, a Bahia projeta colher um total de 8,876 milhões de toneladas de soja, conforme previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Há expectativa também de renovar o recorde de produtividade da soja baiana, reconhecida internacionalmente como a maior do mundo. Esses números refletem a relevância da soja para a economia estadual. O calendário de semeadura na Bahia começará após o período do vazio sanitário, em 25 de setembro, e se estenderá até 31 de dezembro de 2024.