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Mar/25 |
Partidos aliados avaliam desembarque do governo Lula |
Após cinco pesquisas nacionais desde janeiro, atestando a queda vertiginosa da popularidade de Lula (PT) e a reprovação impactante do jeito petista de governar, aliados já discutem desembarcar dessa “canoa furada”, como o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) já definiu o governo. Um desses partidos é exatamente o PP, cujo presidente , senador Ciro Nogueira (PI), já confirmou oficialmente discussão interna para cair fora do governo, entregando o cargo de ministro do Esportes.
Temendo contaminação e de olho em 2026, PSD, Republicanos e União Brasil também avaliam devolver seus micro-ministérios e desembarcar.
Quando não planejam candidatura própria em 2026, como Ratinho Jr pelo PSD, nos demais partidos é remota a possibilidade de apoiar Lula.
Indicado pelo PP, o ministro do Esporte, André Fufuca, é tratado como se não existisse: Lula não o recebe há um ano, como esta coluna já revelou.
A última esperança dos aliados era um bom novo ministro de Relações Institucionais. Mas aí veio o anúncio Gleisi Hoffman, a intratável.
Só entre os dias 7 e 21 de fevereiro, o governo Lula conseguiu a proeza de torrar sem piedade quase R$38 milhões em viagens. A gastança fez disparar para R$64,7 milhões a despesa total em menos de dois meses. Valores equivalentes à metade da farra (R$33 milhões) foram destinados apenas a diárias a funcionários. O restante pagou passagens aéreas, até para a primeira-dama Janja, uma viajante compulsiva por nossa conta.
As mais de 27 mil viagens realizadas até o momento, este ano, custaram R$31,3 milhões em passagens, aponta o Portal da Transparência.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, é o maior gastador com passagens e diárias até agora, este ano: R$50,7 mil.
Gastos com diárias e passagens no governo Lula totalizaram R$2,2 bilhões em 2024 próximos dos R$2,3 bilhões de 2023.
O Índice de Democracia da revista britânica The Economist aponta queda livre do Brasil no ranking. Caiu quatro posições entre 2022 e 2023 e outras seis posições em 2024 para 57º entre 167 países.
Foram criadas novas frentes parlamentares no Congresso: Nações do Sudoeste Asiático, Jogo Responsável e Defesa da Enfermagem. Já são 285 frentes, que rendem votos ou belas viagens internacionais.
Uma das modalidades favoritas de despesa dos governos petistas, os cartões corporativos já custaram R$8,3 milhões aos pagadores de impostos em 2025, segundo dados do Portal da Transparência.
Rodolfo Nogueira (PL-RS) apresentou o projeto para revogar a lei que impede reintegração de posse envolvendo invasões indígenas. Para ele, isso tem sido usado como subterfúgio para esconder ilegalidades.
Após o ministro Cristiano Zanin, ex-advogado pessoal de Lula, o ex-ministro da Justiça Flávio Dino, atualmente no STF, também se declarou apto, “imparcial”, para julgar Jair Bolsonaro e mais 33 denunciados.
O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça ironizando seu “sumiço” e questionando a sua postura diante as recentes decisões da Corte.
Antes de Gleisi, Lula nomeou em 2006 o presidente do PT para as Relações Institucionais: Tarso Genro. Não deu certo. Mas não aprendeu e agora recorre novamente ao destempero. A perspectiva não é boa.
“Dilma apostou na Gleisi e terminou isolada, sem apoio até do próprio partido. Lula está repetindo o erro. A escolha só demonstra o desprezo do governo pelo diálogo”, avalia o deputado Sanderson (PL-RS)
...ganhar cargo é fácil, difícil é articular.