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Fev/25 |
Por que parte da imprensa não viu as más notícias para Lula na pesquisa Genial/Quaest? |
A pesquisa Genial/Quaest trouxe uma realidade preocupante para o governo Lula, mas, curiosamente, parte da imprensa decidiu enxergar apenas o que era conveniente. Mais uma vez, assistimos ao jornalismo militante em ação, tentando transformar um claro sinal de desgaste do governo em algo positivo.
O problema não está em um grupo político tentar mascarar um resultado ruim, isso faz parte do jogo. Mas quando a imprensa embarca na farsa, estamos diante do que só pode ser descrito como um suicídio jornalístico. Em tempos de redes sociais, não adianta vender uma mentira por muito tempo: cedo ou tarde, o público descobre. E quando percebe que foi enganado, a consequência não recai apenas sobre os jornalistas que distorcem os fatos, mas sobre toda a credibilidade da imprensa.
Muitos veículos noticiaram que a pesquisa foi boa para Lula porque ele ainda venceria seus adversários em 2026. Mas deixaram de lado a parte mais importante: a comparação com dezembro passado mostra que a vantagem do petista caiu drasticamente. Em relação a Tarcísio de Freitas, a diferença diminuiu quase 20 pontos; contra Ronaldo Caiado, a queda foi de mais de 10 pontos. Para um presidente no poder, com a máquina estatal e uma imprensa amiga que transforma qualquer tropeço em “veja como isso é bom”, isso deveria acender todos os alertas no Planalto.
O cenário piora quando se observa a rejeição: 49% da população já afirmam que não votariam em Lula de jeito nenhum. Se a direita brasileira não fosse a turma do Didi – que parece mais preocupada em brigar entre si do que em oferecer uma alternativa viável –, esse jogo já estaria praticamente definido. Mas, em vez de construir uma candidatura unificada, a direita se ocupa atacando nomes como Marcel Van Hattem, enquanto o tempo corre a favor do governo.
Outro dado relevante é o impacto do conhecimento do candidato. Quem já conhece Lula dificilmente muda de ideia. Mas entre os nomes emergentes, os números são diferentes:
O problema é que, fora dos seus estados, esses nomes ainda são pouco conhecidos. Enquanto isso, Lula já é um nome nacional consolidado, carregando tanto seu eleitorado fiel quanto sua crescente rejeição.
Mas talvez o recado mais claro da pesquisa esteja na pergunta espontânea: “Em quem você pretende votar em 2026?”. O resultado foi revelador:
Isso significa que há um cansaço generalizado com os mesmos de sempre. O Brasil quer uma alternativa, mas será que alguém terá capacidade de apresentá-la?
O tempo dirá.