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Jan/25

Família denuncia intolerância religiosa em hospital no sul da Bahia após psicóloga impedir visita de pastor a paciente em UTI

Caso aconteceu no Hospital Regional Costa do Cacau, em Ilhéus, na terça-feira (21). Unidade de saúde diz que horário de visita havia encerrado

Duas mulheres relatam que foram vítimas de intolerância religiosa no Hospital Regional Costa do Cacau, em Ilhéus, no sul da Bahia, na terça-feira (21). A unidade de saúde nega a violência. [Confira o posicionamento abaixo]

As irmãs Dalete e Josiane Santos frequentam a Igreja Adventitsta do Sétimo Dia e decidiram levar um pastor para visitar o pai, internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Mas, de acordo com elas, o religioso foi impedido de entrar pela psicóloga de plantão.

O pai das mulheres é João Soares Santos, de 72 anos. Ele deu entrada na unidade de saúde no sábado (18), quando foi internado para fazer uma amputação decorrente da diabetes. Na segunda (20), o idoso precisou ser transferido para a UTI por conta de problemas renais e segue internado desde então.

A recusa em levar o pastor até a sala onde está João Soares ocorreu logo na primeira visita das filhas à UTI. "Eu falei: 'oi, querida, ele é pastor'. A gente gostaria que ele entrasse pra fazer uma oração para o nosso pai. Aí o pastor falou pra ela que tem uma lei, que nos confere esse direito. Ela falou: 'aqui não'. Simplesmente foi vetado esse direito e pronto", disse Josiane.

As mulheres afirmam que procuraram a direção do hospital, mas não conseguiram falar com os responsáveis pelo setor. Elas acionaram a Polícia Militar, que tem um posto montado do lado de fora do HRCC, e foram orientadas a prestar queixa.

A ocorrência foi registrada na 1ª Delegacia Territorial (DT/Ilhéus), que investiga o caso. As irmãs também pretendem buscar apoio judicial, uma vez que a Lei Federal nº 9.982/2000 garante a liberdade de crença e o acesso à assistência religiosa em espaços de internação.

Em nota, o HRCC disse que "naquele momento, as visitas foram temporariamente suspensas devido a uma intercorrência grave com outro paciente".

"Ressaltamos que o pastor não foi impedido de realizar a assistência religiosa, mas seu acesso foi adiado em virtude das circunstâncias. A equipe informou e orientou os familiares sobre a continuidade das visitas, reafirmando que a UTI é um ambiente de cuidados intensivos, sujeito a ajustes nas rotinas por questões de segurança dos pacientes", reforçou a unidade de saúde.

A assessoria do hospital ressaltou ainda que segue "integralmente" a lei federal, mas pontuou que todos os religiosos devem respeitar as normas internas da instituição para preservar a segurança e o bem-estar dos internados.

Fonte:G1
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