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Mar/25 |
Queda nas pesquisas faz Lula mudar discurso sobre ladrões de celular |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mudou seu discurso sobre criminalidade em meio à queda nas pesquisas
Durante a inauguração do Hospital Universitário do Ceará, em Fortaleza, na quarta-feira, 19, o petista defendeu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, apresentada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
"Nós vamos ter que enfrentar a violência, temos que enfrentar o crime organizado. E não é o Estado sozinho. É o Estado, o município e o governo federal. Porque a gente não vai permitir que os bandidos tomem conta do nosso país. A gente não vai permitir que a república de ladrões de celular comece a assustar as pessoas nas ruas desse país”, disse Lula.
"Por isso, estamos apresentando uma PEC da segurança para que a gente possa, junto com os governadores e com os prefeitos, a gente definitivamente, dizer que o estado é mais forte do que os bandidos, e o lugar de bandido não é na rua assaltando, assustando e matando pessoas”, completou.
A fala mostra que, diante da perda de popularidade e da crescente preocupação da população com a segurança pública, o petista alterou a retórica tradicional da esquerda, que associa crimes à condição social do criminoso.
Em 25 de agosto de 2017, em entrevista a uma rádio universitária de Pernambuco, Lula havia atribuído à pobreza os altos índices de criminalidade no Estado, alegando que quem perdeu tudo roubava celular “para ganhar um dinheirinho”.
"É uma coisa que está intimamente ligada. Ou seja, o cidadão teve acesso a um bem material, a uma casinha, a um emprego, e de repente o cara perde tudo. Então, vira uma indústria de roubar celular. Para que ele rouba celular? Para vender, para ganhar um dinheirinho. Eu penso que essa violência que está em Pernambuco é causada pela desesperança.”
Meses depois, em entrevista de 6 de dezembro de 2017 à rádio Continental AM, de Campos de Goytacazes, no Rio de Janeiro, Lula declarou:
“Um jovem que está trabalhando, que recebe um salário e pode comprar um celular bonito como este teu, ele não tem por que assaltar uma pessoa para roubar um celular.”
A conclusão inevitável, como apontou Felipe Moura Brasil na ocasião, é que um jovem desempregado, a julgar pelo raciocínio lulista, teria, sim, por que assaltar.
“As causas da criminalidade são variadas, claro, mas uma delas é a justificativa moral para o crime pela baixa renda ou por qualquer outra condição social do criminoso. Enquanto igrejas cristãs ensinam aos pobres que o crime é pecado independentemente de sua condição, intelectuais, artistas e políticos de esquerda disseminam no ambiente cultural o relativismo que arrefece o freio moral aos piores impulsos individuais. Na prática, Lula insulta os pobres que buscam vencer sem recorrer ao crime”, comentou FMB.