Com o objetivo de construir um plano de ação concreto com contribuições para a COP30, teve início nesta terça-feira (15), em Luís Eduardo Magalhães, o Cerrado Summit – o único evento preparatório da conferência realizado fora de uma capital brasileira. Organizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em parceria com Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Associação dos Produtores de Algodão da Bahia (Abapa), Boston Consulting Group (BCG), World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), a programação do primeiro dia foi marcada por debates sobre o bioma Cerrado e a agricultura regenerativa.

O conselheiro sênior do WBCSD, Marcelo Behar — entidade que atua junto ao setor privado na organização da agenda das COPs — explicou a dinâmica do evento e suas contribuições para a conferência do clima. “Na COP30 serão definidas metas globais e nacionais para enfrentar as mudanças climáticas. Esse encontro prévio é fundamental e traz ao Oeste baiano um conjunto de soluções para transformar a agricultura em uma atividade regenerativa. Estamos falando de instrumentos que envolvem finanças, ciência e políticas públicas, permitindo que o produtor aumente sua produtividade respeitando a natureza e gerando mais riqueza. A partir disso, surgem novas linhas de financiamento mais acessíveis proporcionando mais previsibilidade e segurança para o desenvolvimento. Isso eleva a produção a um novo patamar, gerando retorno econômico, impacto social positivo e proteção ambiental. É uma lição que começa no Oeste baiano e pode ser levada para o Brasil e o mundo”, explicou Marcelo.

Compromisso com a sustentabilidade
Moisés Schmidt, presidente da Aiba, destacou as ações sustentáveis desenvolvidas pela entidade e o comprometimento com a preservação do Cerrado. “Falo em nome de um setor que movimenta o mundo e reconhece o impacto que tem diante das mudanças climáticas. Temos um compromisso coletivo com o futuro. O Cerrado é um bioma rico, que passou por grandes transformações nas últimas décadas, acompanhando o avanço do agronegócio. Mas desenvolvimento e sustentabilidade não são caminhos opostos. A Aiba investiu mais de R$ 12 milhões em projetos de gestão hídrica com impacto direto na recuperação do bioma. Aqui, quem planta preserva. Esse esforço não é apenas do produtor rural, mas também do governo e da sociedade. É possível, sim, produzir alimentos de forma sustentável”, afirmou o anfitrião.
Representando o Mapa, o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Pedro Alves Corrêa Neto ressaltou o potencial produtivo brasileiro. “O Brasil é um país vocacionado para a produção de alimentos, o que tem sido possível graças à ciência, à tecnologia aplicada ao campo e ao compromisso dos produtores rurais. O Cerrado ainda é uma fronteira a ser explorada de forma equilibrada. Que possamos sempre reconhecer o potencial produtivo com um olhar sustentável, mostrando que é possível produzir e preservar ao mesmo tempo”, declarou o secretário.
O secretário estadual da Agricultura, Pablo Barrozo, destacou parcerias sustentáveis entre o governo da Bahia e a Aiba. “Trago aqui a mensagem do governador Jerônimo: a agenda climática global está mais presente do que nunca, e mostra que é possível produzir com responsabilidade, pensando em um futuro sustentável. O Oeste da Bahia é responsável por 91% da produção de grãos do estado, e o Plano ABC+ é uma ferramenta essencial para o cumprimento das metas de redução de carbono. Nosso compromisso é fortalecer esse diálogo. A Bahia pode ser um exemplo de pioneirismo em práticas sustentáveis e no incentivo à agricultura regenerativa”, afirmou.

A programação da Pré-COP30 reuniu lideranças políticas, como o prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Júnior Marabá, e de Barreiras, Otoniel Teixeira; representantes do setor produtivo, como a presidente da Abapa, Alessandra Zanotto Costa, CEOs de multinacionais do setor de alimentos e bebidas, e segue nesta quarta-feira (16), com visitas a áreas de agricultura regenerativa e a pontos turísticos de Luís Eduardo Magalhães e Barreiras.