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06
Mai/14

Jota Alves: "Ao generalizar imprensa, ex-presidente é injusto e preconceituoso"

O ex-presidente da República, Lula, aderiu publicamente a uma campanha que até pouco tempo vinha sendo difundida a “boca pequena” dentro do Partido dos Trabalhadores (PT). Colocando a Imprensa como principal “partido de oposição” ao Governo.

Durante o 14º Encontro Nacional do PT, que também oficializou a pré-candidatura da Presidente Dilma Rousseff à reeleição pelo Partido, o ex-presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, aproveitou para criticar a imprensa e consagrar sua defesa em relação a aprovação de um marco regulatório da mídia, “O que causa preocupação é que o principal partido de oposição à vossa excelência [presidente Dilma] é a nossa gloriosa imprensa”, afirmou o ex-presidente.

Não é de hoje que conhecemos o ditado popular, “toda unanimidade é burra”, pois bem, o ex-chefe maior do Executivo Nacional, generalizou, ou seja, criou uma unanimidade, e, generalizar, em muitos casos, é correr o risco de ser injusto e preconceituoso. Foi o que aconteceu. Atualmente o Brasil conta com milhares de Jornais, Emissoras de Televisão, Emissoras de Rádio e pode chegar a casa dos milhões quando se fala em sites e blogs de notícias. Não é possível que esses milhões de órgãos, todos sejam oposicionistas ao Governo, deveria o ex-presidente, no mínimo pesar as suas palavras. Mas ao colocar a necessidade de criação de um marco regulatório, o ex-presidente, ou defende o fim da liberdade de imprensa, ou desconhece as atuais leis vigentes no País.

Sem o tal marco regulatório, e usando os dispositivos legais vigentes, deveria o ex-presidente, ou todos aqueles que acompanham a mesma tese, identificar quais órgãos estão deixando de cumprir com as suas finalidades sociais, ou de certa forma, estão mentindo, pois se é verdade não há que se falar em regular, pois a verdade é reflexa da transparência no trato da coisa pública, portanto, jamais deve ser omitida, principalmente quando se trata da administração governamental.



Se estes órgãos estão cometendo algum crime, que sejam punidos com o rigor da lei vigente. Para isso devem ser identificados. Acusar em massa e sem provas, sim, é considerado um ato ilícito, mas saindo pela tangente, o que fez o ex-presidente não foi uma acusação abarcada pelos crimes de injúria, calúnia ou difamação. Ele simplesmente tentou aumentar a desconfiança nas verdades divulgadas pela imprensa. Conduta no mínimo suspeita.

O que me preocupa mais, é um ex-presidente da República, líder político, admirado e idolatrado por muitos, principalmente pelos mais humildes e por aqueles que possuem uma menor escolaridade, utilizar de sua popularidade para propagar uma informação distorcida sobre um dos mais importantes setores da soberania popular. Ao acusar toda a imprensa, colocá-la na condição de “partido político”, e querer ainda mais rigor naquilo que já é extremamente regulamentado, Lula ataca a democracia e distorce a real finalidade da mesma. 

Ao generalizar, dissemina a cultura da intolerância e do preconceito. Esquece-se de um princípio fundamental da justiça de que cada um deve ser julgado pelos seus atos, e que a culpa jamais deve ser colocada em quem não tem. Repito, se ele considera que algum Jornal, Revista, Site, Emissora de Rádio ou Televisão está agindo em desrespeito a sua finalidade, deve identificar este suposto veículo e solicitar as medidas cabíveis, e não atentar contra a democracia, acusando toda a imprensa.

Jota Alves
Radialista – Apresentador do Programa Mundial Notícias na Rádio Mundial FM e Colunista do Blog do Sigi Vilares.

Fonte:Blog do Sigi Vilares/Colunistas
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