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04
Abr/14

Um barreirense e as recordações da ditadura

Com apenas quatro anos será que eu podia falar? E se fizesse questionamentos, correria o risco de ser preso e torturado?

Em 1964/1985, algo me incomodava. Mesmo jovem e estudante da escola Profª Robelia Pondé, Colégio Pe Vieira e Polivalente, era visível o medo e a preocupação dos professores ao dar suas aulas e emitir suas opiniões, pensamentos e posições politicas.

Me recordo muito bem quando fui presidente do Centro Cívico do Polivalente e a preocupação da diretora/professora Lucy, em relação as nossas movimentações e desejos de independência e liberdade junto aos estudantes. Era tudo muito estranho, inclusive a postura da professora da matéria Moral e Cívica, sendo obrigada a seguir um cronograma que ia de encontro aos seus princípios democráticos. Hoje sou um cinquentão e após muita leitura e com a abertura politica é que estou encontrando as respostas das histórias que me foram contadas pelos pseudo-vencedores, já que os vencidos jamais poderiam contar suas versões e muito menos escrever suas histórias.

Completam-se 50 anos do golpe de 64 no país. Dizem que foi 33 o numero de baianos desaparecidos e que deram suas vidas por um país mais justo e igualitário, dentre estes aqui quero destacar dois nomes (irmãos, sendo um BARREIRENSE e o outro JACOBINENSE, que viveu em BARREIRAS): NELSON LIMA PIAUHY DOURADO E JOSÉ LIMA PIAUHY DOURADO e ai vai o meu chamamentos para a imprensa do Oeste, e em especial a de Barreiras, que não se manifestou em nenhuma linha de seus editoriais ou da midia a respeito deste dois heróis que derramaram seu sangue em prol de uma sociedade mais livre e fraterna.



É muita injustiça não lhes renderem homenagens, seja em artigos ou dando nomes de ruas e praças das cidades do oeste e de Barreiras. Os estudantes da cidade precisam saber e conhecer a história de NELSON E JOSÉ LIMA PIAUHY DOURADO, que em nome de uma causa coletiva causaram tanto sofrimento a seus familiares, e em especial ao Sr. Pedro Dourado - seu pai - que conheci e vivia dentro de uma loja, condenado a conviver com sua dores e sofrimentos. Não é justo que imprensa livre da minha terra não busque na história para informar quem foram eles, onde estão seus corpos e onde foram mortos, pois só assim resgataremos a honra destes revolucionários,

E além disso, ai vai como sugestão se fazer uma busca histórica nos arquivos do 4 BEC, para saber se em seus quadros passaram os USTRAS, FAIADES e outros torturadores.

Um povo sem história é um povo sem memoria. Prefiro as luzes da democracia do que a escuridão dos porões da ditadura. Eu sou Luciano Flavio, filho desta terra que espera que nunca mais se repita o 1964. Ps: segue o link para suas fotos e ficha http://s7.postimg.org/i9utgjf1n/Imagem_3.jpg http://www.desaparecidospoliticos.org.br/pessoa.php?id=325 < Nelson http://www.desaparecidospoliticos.org.br/pessoa.php?id=321&m=3 < José Lima

Att. Luciano Flavio

Fonte:Blog do Sigi Vilares
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