Um debate ocorrido no mês de março ainda estremece a pauta da Coopirecê e da rádio Líder FM.

O tema repercutiu em toda a região e fora do Estado, especialmente no Mato Grosso (MT), de onde vieram duas carretas de milho para ser distribuído aos pequenos agricultores da região de Irecê, doado por uma cooperativa de médios e grandes produtores daquele estado.

O âncora do programa noticioso da emissora, J.Sidney, ao tomar conhecimento da doação, questionou ao presidente da Coopirecê, Walterney Rodrigues Dourado, sobre a destinação do milho, e este, compreendendo ter sido a pergunta pejorativa e insinuosa, respondeu: “está na minha roça”. J.Sidney disse que a emissora está cumprindo o seu papel social, no sentido de que o milho chegue de fato às mãos de quem está sofrendo com a seca.

A partir daí a emissora passou a repetir a frase proferida pelo presidente da coopirecê por diversas vezes, levando os ouvintes a internalizar que o produto destinado às famílias agricultoras em dificuldade com a seca prolongada, teria sido desviado para uso pessoal de Walterney. A emissora fez diversas intervenções, contatou com os doadores contextualizando a situação e cobrou explicações da cooperativa ireceense. Em vez disso, o presidente da Coopirecê, entendendo que a forma de condução jornalística da emissora, sobre o tema, era indevida e desrespeitosa, optou por abrir procedimento na Justiça, por danos morais.

O empresário J. Sidney disse que não entende onde é que foi desrespeitoso. “Fiz uma pergunta e ele disse que estava na roça dele. Ora, o milho era para os pobres que estão sofrendo com a seca, a emissora está apenas cumprindo o seu papel social”, salientou, dizendo que vai até o fim, na esperança de que o milho chegue nas mãos de quem mais sofre neste tempo de seca.

O radialista insistiu na pauta, afirmando que a gestão da cooperativa era negligente e incompetente e continuou a cobrar esclarecimentos. Em seguida, a cooperativa emitiu nota pública, anexando relação de produtores que teriam recebido o milho. Nela constam advogados e empresários de Irecê, o que difere do objetivo da doação, que seria para os pequenos agricultores afetados pela seca. Discordando da gestão da doação, J. Sidney continuou a questionar a postura da Cooperativa, afirmando inclusive que abriu procedimento na Promotoria Pública, para que o objetivo da doação seja assegurado.