A temperatura da política brasileira está sendo medida diariamente nas ruas de todo o país. É comum assistirmos a vídeos onde deputados e envolvidos em escândalos de corrupção são vaiados em aviões, aeroportos e até passeando dissimuladamente pela Europa. O que se vê por todo Brasil é um retrato, em preto e branco, de uma espécie de ‘síndrome de intolerância’ aos desmandos dessa velha forma de fazer política no país.

O episódio do ‘Capitão Cueca’, protagonizado pelo deputado cearense José Guimarães (PT), é um bom exemplo disso. Ele foi gravado em um vídeo, que ‘viralizou’ nas redes, por um passageiro que estava sentado ao seu lado, durante um voo comercial; “Eu estou do lado do capitão cueca, que foi pego com dinheiro na cueca aqui, ó. É o Zé Guimarães do PT, que roubou o Brasil inteiro, mandou dinheiro pra Cuba, para Venezuela”, disse o homem identificado como Gilberto Alves Junior. “Cadê o dinheiro que estava na cueca? Se defenda. É contigo mesmo, deputado, que eu estou falando. Não vai se defender não? O senhor não tem vergonha de roubar o Brasil, não? Em Brasília, político vagabundo não é bem-vindo”, continuou Gilberto.

Mas nem só de humilhações vivem os atores da política brasileira. Neste sábado (30), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, foi aplaudido de pé ao ser homenageado pelo cantor Roberto Carlos, quando reconhecido na plateia durante o show do cantor.

“É um privilégio receber nessa plateia um cara que eu realmente admiro e respeito por tudo que ele tem feito por nós, pelo nosso país. Tô falando de Sergio Moro”, disse o cantor.

Mais tarde o ministro Moro postou uma fotografia ao lado da mulher, Rosângela Wolff Moro, e do cantor Roberto Carlos.

Já em Luís Eduardo Magalhães, o prefeito Oziel Oliveira (PTB) não teve a mesma sorte. Ele foi vaiado no início de uma das apresentações do Circo do Tirulipa no município. Ao ser reconhecido pelo apresentador, o prefeito foi convidado ao picadeiro para receber um ‘boné do Tirulipa’. Ao pisar no tablado Oziel Oliveira foi ‘homenageado’ com uma sonora vaia, que foi oferecida pelos mais de 500 espectadores circenses.

“Fiquei com vergonha por ele. Foi muito constrangedor. Após a vaia ele sentou-se quieto e nem a cabeça ele mexeu até o final do espetáculo. Foi feio o troço”, comentou o vendedor Carlos Medeiros que estava presente na hora do vexame passado pelo prefeito Oziel Oliveira.