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08
Mar/13

Barreiras realiza a 1ª Marcha Barreirense Feminista


A concentração foi em frente ao prédio da Câmara de Vereadores. Fotos: Jadiel Luiz/Blog do Sigi Vilares

No início da noite desta sexta-feira, 8 de março, aconteceu a 1ª Marcha Barreirense Feminista (MBF), grupo constituído em setembro de 2012 que congrega mulheres e homens de Barreiras no combate ao machismo e violência de gênero que traz como lema o pensamento de Rosa Luxemburgo "Quem não se movimenta, não sente as correntes que a/o prendem".

O tema abordado pelo movimento na noite de hoje foi: Celebrando as conquistas das mulheres e o que ainda temos a conquistar.

A concentração foi em frente à Câmara Municipal de Vereadores de Barreiras e terminou na Praça Castro Alves (popularmente conhecida como praça das corujas), com apresentações culturais.

Em nossa região esse resgate feito pela Marcha Barreirense Feminista se torna especialmente importante pela falta de tradição de organização coletiva pelos direitos das mulheres. Ainda que algumas delas já tenham assumido ou assumam posições políticas de importância, ainda é muito insuficiente a promoção de igualdade de gênero em Barreiras.


As mulheres participaram ativamente da marcha que contou com o apoio dos homens

Durante a marcha houve paralisações, onde se lia o manifesto do movimento apontando vários assuntos, além de estatísticas, relacionado a situação das mulheres barreirense.

Outro assunto abordado no manifesto é que a mulher é mais pobre que o homem em geral e a mulher barreirense está em condições especiais de pobreza.

Algumas estatísticas do IBGE foram abordadas, onde para cada homem em Barreiras que vive com renda mensal de até 1/4 de salário mínimo, existem quatro mulheres na mesma situação.

As que vivem com 1/4 e meio salário mínimo há três mulheres para cada homem e quando olhamos para as que vivem com renda mensal entre um e dois salários, as mulheres são sete vezes mais numerosas que os homens.


Com faixas o grupo percorreu parte da avenida Clériston Andrade

Uma diferença gritante se dá a medida que a renda aumenta, onde o IBGE de 2010 aponta ainda que as pessoas que ganham em torno de 20 a 30 salários mínimos, por exemplo, existe uma mulher para cada 23 homens.

Estes dados mostram que as mulheres vivem com menos e que estão mais sujeitas aos males da chamada "vulnerabilidade social", doenças físicas e psíquicas associadas à insegurança alimentar e social, coerção econômica, incapacidade de se defender de uma série de problemas.

A marcha conscientizou a população que as mulheres além de serem mais pobres, ficam com os maiores encargos com o cuidado com as crianças. Entre os domicílios barreirenses em que vivem famílias com renda per capita mensal abaixo de 1/4 de salário mínimo, há 376 mulheres que tem filhos, mas não tem cônjuges, enquanto 152 casais com filhos e 55 casais sem crianças.

Já as famílias com renda per capita entre 1/4 e meio salário, há 499 mães sem cônjuge, enquanto temos 238 casais com filhos e 212 casais, sem filhos.

Os que vivem com renda per capita de até um salário mínimo, há 1030 com mulheres sem cônjuge e com filhos, 618 casais com filhos e 530 casais sem filhos.



Para cada 2522 mães de Barreiras com nível superior, existem 32.266 que não tem esse nível de instrução que permite acesso a maiores possibilidades de renda, e destas, 15.767, não tem instrução ou o ensino fundamental completo.

Para findar, o grupo destacou ao público que o combate a violência contra a mulher é uma das principais lutas do movimento social, bem como, a existência de leis de proteção, a exemplo da Lei Maria da Penha, ou de leis trabalhistas.

Em Barreiras, é preciso que o Estado amplie os aparelhos de garantia a vida e segurança às mulheres, como Delegacia da Mulher, capacitação das forças de segurança para lidar com violência contra a mulher e investimento em políticas públicas de promoção da igualdade.

Fonte:Do nosso repórter Jadiel Luiz
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