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06
Mar/13

Campanha pela preservação da ‘Casa do Gerente’ no aeroporto de Barreiras

A Academia Barreirense de Letras (ABL) está lançando campanha de mobilização pela preservação de uma casa junto ao Aeroporto de Barreiras, conhecida como Casa do Gerente. Esta casa é a única construção do conjunto original do Aeroporto, erguido pelos norte-americanos no início da década de 40 do século passado, para lhes dar suporte durante a Segunda Grande Guerra.

O movimento vem ganhando forma desde que a ABL tomou conhecimento de uma ordem da Infraero para que o imóvel seja demolido.

O local foi construído para ser a residência do gerente, durante as décadas de funcionamento da base aérea. Depois da quase desativação do aeroporto, com a demolição sumária da maioria das casas, passou a ser usado para abrigar os aparelhos de rádio-comunicação e seus operadores, e, atualmente serve aos guardas e seguranças do local que, à noite, ali se refugiam em horas de chuva.

A ABL já solicitou uma audiência com o prefeito de Barreiras, Antônio Henrique, no sentido de pedir sua colaboração como chefe do executivo municipal. A proposta inicial é sugerir o tombamento da casa, através de lei nº 578/2003, de 29 de abril de 2003, sancionada por Antônio Henrique, em gestão anterior.

“Esta casa pertencia à companhia aérea Panair do Brasil, que teve um processo de falência bastante obscuro na época do governo militar iniciado em 1964, não ficando claro quem é o proprietário legal dos imóveis pertencentes à sua massa falida”, de acordo com a professora e historiadora, Ignez Pitta de Almeida.

Ela destaca que a casa tem um grande significado, como patrimônio histórico, para uma parte importante da população barreirense, pois ali residia, com a família, o gerente do aeroporto, existem pessoas que nela foram criadas, quando o pai foi gerente, e muitas outras que a visitavam socialmente, durante as décadas em que o aeroporto de Barreiras funcionou como ponto de apoio para abastecimento de combustível das aeronaves, tanto internacionais, como nos voos domésticos.

“Para uma cidade do profundo interior brasileiro, que não possuía estradas, mas apenas a navegação da bacia do rio São Francisco, dispor de um aeroporto de grande movimento, de onde se poderia viajar a qualquer ponto do território nacional, foi um essencial fator de progresso material e cultural.

A desativação e quase destruição dos imóveis que constituíam essa base aérea foi um ataque violento à identidade do povo barreirense, a seu senso de pertencimento e ligação histórica com sua terra. Por isso, a reação ante a ordem de demolição - sem que nada seja construída no lugar - dessa "casa do gerente do aeroporto", salienta a historiadora.

É ideia fazer no local, depois de reformado conservando a estrutura original, o Museu do Aeroporto, com fotos e equipamentos que são testemunhas da nossa história.

Miriam Hermes
Jornalista DRT 356 – BA
Vice-presidnete da ABL

Fonte:Blog do Sigi Vilares
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