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Out/15

Barreiras: Cabeleireira acusa cirurgião de erro em cirurgia de redução de mamas

A cabeleireira Ana Cláudia Nogueira dos Santos sempre teve o sonho de realizar uma cirurgia de redução das mamas para, assim, solucionar um problema de saúde que a atormentava: fortes dores na coluna. Entretanto, tudo se tornou um pesadelo para a cabeleireira quando o supostamente malsucedido procedimento teria provocado danos aos seus seios, dando início a inúmeros transtornos para a moradora de Barreiras, na região da Bacia do Rio Grande. O caso fez com que Ana ingressasse com uma ação civil no Ministério Público da Bahia (MP-BA) e uma representação no Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb) contra o médico responsável pelo procedimento, o cirurgião plástico Henrique Gustavo de Paula Dias.

O advogado da cabeleireira, Isidro Cardoso, relatou em entrevista ao Bahia Notícias que tudo começou quando Ana, impossibilitada de realizar a cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), teria sido convidada pelo próprio cirurgião a fazer a operação em uma clínica particular no município. Após se submeter ao procedimento em 4 de fevereiro deste ano, começaram os problemas no pós-operatório. Ana passou a sentir dores nos seios recém-operados e, ao procurar assistência, teria se deparado com a negligência do cirurgião. “Já na cirurgia, ele a tratou sem luvas, atendeu sem luvas. Ele a operou, rapidamente viajou e não deu assistência a ela e deu alta pelo telefone”, contou o advogado da paciente ao BN. Dez dias depois do procedimento, a cabeleireira teve um coágulo nas mamas e precisou se submeter à outra cirurgia.

Ao recorrer a outro médico, ouviu que deveria buscar o profissional responsável pela operação. A defesa da paciente alega que sempre quando voltou ao consultório do cirurgião Henrique Dias deu com a cara na porta. “Sempre que ela ia lá, ele desaparecia”, afirmou Cardoso. Ainda de acordo com o advogado da mulher, a defesa buscou acordo para que o médico custeasse uma cirurgia reparadora, mas teria recebido não como resposta. “Tentamos buscar que ele pagasse uma cirurgia reparadora, assumisse as despesas com um novo cirurgião plástico, deslocamento dela e de um acompanhante. Ele se prontificou simplesmente a bancar passagem de ônibus apenas pra ela e não pagaria mais nada”, alegou Isidro Cardoso.

Passados oito meses do suposto malsucedido procedimento, a vida de Ana Cláudia se tornou um drama. Depressiva e viciada em medicamentos para combater a doença, a mulher teria tentado suicídio recentemente, de acordo com o advogado. “Minha cliente, um desses dias, depois que o próprio médico que fez a cirurgia passou remédio contra depressão, viu que os seios dela estavam monstros. Ela estava com um vidro de remédios contra depressão para ingerir todo. Ela queria se matar”, relatou. Buscando outros especialistas na tentativa de reverter o problema, as perspectivas para recuperação da cabeleireira não são nada animadoras. “Passando por uma médica da área aqui, ela ouviu: ‘não crie expectativas’. Em outras palavras, seu estado é irreversível. Ela não poderá dar de mamar a um possível filho. A situação dela emocionalmente é delicada”, explicou o advogado.

De acordo com laudos apresentados pela defesa de Ana Cláudia ao Bahia Notícias, a lesão corporal em decorrência do procedimento cirúrgico foi comprovada. Segundo o Cremeb, uma sindicância foi instaurada para investigar a conduta do cirurgião. Dependendo do resultado das apurações, um processo pode ser aberto contra o médico e, se condenado, pode ter o registro na profissão cassado. Procurado pelo Bahia Notícias, o cirurgião plástico Henrique Gustavo de Paula Dias não atendeu e nem retornou às ligações.

Fonte: Bahia Notícias
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