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29
Jul/15

Conflitos de vizinhança: Gargalos do desenvolvimento

Um artigo do radialista Jota Alves

Imagine você, depois de uma longa jornada de trabalho noturno, precisando dormir e descansar durante o dia, mas ao lado da sua casa existe um bar, onde costumam tocar a música que você não gosta em um volume ensurdecedor. Ou você, que mora ao lado de uma serralheria onde o proprietário trabalha todos os dias, muitas vezes até tarde da noite, obrigando você a ouvir o som da serra cortando aço, e com uma máquina de solda, consumindo energia, fazendo com que as luzes da sua casa e de toda vizinhança fiquem oscilando a luminosidade.

Um pequeno e pacato povoado no interior em poucos anos se torna uma grande e desenvolvida cidade, se consolidando como o “eldorado”. Atraindo milhares de novos habitantes com pensamentos e objetivos diferentes. Em nome do desenvolvimento, tudo se aceita. Se for gerar emprego e renda, pode ser feito. Pouco tempo depois, muito do que se fez em prol do crescimento torna-se um problema de difícil solução.

Quem chegou primeiro? Quem tem o direito de permanecer? No primeiro caso, um pouco de bom senso do proprietário resolveria o problema independente da ordem de chegada. No segundo, o problema é um pouco mais complicado, afinal, uma indústria destoa uma zona residencial. O melhor seria uma mudança, mas, sendo impossível, a situação poderia ser amenizada com um pouco de investimento estrutural, adaptações e sobre tudo bom senso.

Mas quando se trata de uma empresa onde foram investidos milhões em sua construção, e que, quando iniciou suas atividades estava distante da zona residencial, mas que em pouco tempo se viu engolida pelos novos bairros, o que é preciso fazer? A resposta é a mesma: Bom senso!

Bom senso dos novos vizinhos que não podem exigir a saída imediata de uma empresa que gera emprego e renda, e que já estava lá quando chegaram. Afinal, milhões não podem ser jogados fora da noite para o dia. Mas, por outro lado, podem exigir todas as formas de redução de impacto, bem como, um plano de investimento para uma gradual mudança de local. Pois como citei anteriormente, uma indústria destoa qualquer zona residencial.

Os conflitos de vizinhança são gargalos do desenvolvimento. Sempre aconteceram e continuarão acontecendo. Os legisladores até tentaram resolver criando leis para solucionar os conflitos, mas, a inércia do Estado no seu poder fiscalizador, associada com particularidades não abarcadas pela lei, tem transformado a situação em um problema crônico, onde, apesar de não ser a cura, o bom senso é a vitamina base da melhor forma de tratamento.

Jota Alves
Radialista – Apresentador do Programa Mundial Notícias na Rádio Mundial FM 91,3Mhz e Colunista do Blog do Sigi Vilares.

Fonte: Blog do Sigi Vilares/Colunistas
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