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Jul/15

Caixa Preta da ExpoAgro: abri-la seria um ato histórico

O atual prefeito que para se eleger prometeu nos palanques realizar uma gestão histórica, por enquanto nada tem feito para resgatar o patrimônio histórico e cultural da cidade. Abrir a "caixa preta" da 33ª Exposição Agropecuária de Barreiras, realizada no período de 04 a 12 de julho desse ano, pela primeira vez em suas edições já seria um ato histórico.

Barreiras no decorrer dos últimos anos tem agonizado com gestões alheias aos princípios da administração pública, entre os quais se destaca a falta de publicidade e transparência dos atos oficiais da municipalidade em conformidade com o que determinam as leis de transparência pública, principalmente quando está relacionada ao custo dos eventos de grande porte.

Não foi diferente das anteriores e leva a crer que mais uma vez a "caixa preta" da feira não será aberta ao público barreirense. Fato que só revela o quanto seu resultado econômico deve ter sido negativo comparado com o que foi gasto para a realização do evento. Lembro-me que o atual prefeito, como precursor do evento, sempre fazia questão de lembrar que o importante da feira eram os negócios e não os shows. No entanto, hoje, assim como em suas edições anteriores, continua sendo uma promoção eleitoreira, mais festa do que negócios e isso fica claro, todas as vezes que o sucesso de público for maior do que o de negócios.

Mais uma vez ficarão na obscuridade os valores pagos pela estrutura, rodeios, som, luz, palcos e cachês das atrações artísticas, assim como a arrecadação pelos espaços alugados para estandes de médias e grandes empresas, das baias, dos currais dos animais e dos pontos padronizados de barracas, bares e restaurantes. Outra distorção dantesca é com relação ao público registrado nas catracas e o quando se apurou nos shows pagos, nada é divulgado e o motivo não se sabe.

Para um membro da Associação dos Criadores de Gado do Oeste da Bahia (Acrioeste), os leilões foram muito bem, sinal que a Exposição de Barreiras ainda tem uma luz no final do túnel. Sobre as instituições financeiras que estiverem no evento, segundo suas assessorias, estavam a pedido da Prefeitura apenas de forma institucional com caixas-rápidos e a respeito do montante de negócios da feira fomos informados que o secretário pediu um mês para divulgar um relatório. Vale aqui ressaltar, é difícil não comparar, que na Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães, após uma semana do encerramento da feira é divulgado seu resultado de negócios e, só para lembrar, lá chega à casa dos bilhões de reais. Vale ressaltar que o volume de negócios é calculado a soma das transações realizadas pelas instituições bancárias, mais o que foi vendido diretamente nos estandes das empresas participantes do evento.

Um reclamante estranhou o amplo espaço destinado para os shows, segundo ele enquanto o local usado para vitrine do potencial econômico da região ficou em local onde a grande maioria dos visitantes na feira entrou e saiu sem conhecê-lo. São fatos como esses que deixa notória a ideia de que seus organizadores se limitaram apenas na promoção do "pão e circo" para satisfação comum de todos. Ledo engano, deveria mesmo ter agido com responsabilidade e respeito para com os direitos dos munícipes, principalmente, daqueles que preferem acesso aos serviços públicos de qualidade.

Na opinião dos especialistas do setor, o atual formato da feira agropecuária de Barreiras está falido, tanto que já passou do tempo dos agentes públicos municipais e representantes de entidades do setor buscarem um novo modelo que foque essencialmente o resultado dos negócios, a disseminação de tecnologias e informações que atendam principalmente o pequeno agricultor, já que a Bahia Farm Show em Luís Eduardo Magalhães está voltada mais para a agricultura empresarial.

Que acabem de vez os shows regionais ou nacionais ou então que fiquem em segundo plano se limitando apenas como integração entre o meio agrícola e urbano, onde expositores e visitantes possam se entreter e saborear comidas típicas. Do contrário, da forma que tem sido realizada cada edição coloca em risco a existência de um evento, que pela sua história, deveria ser a maior feita agropecuária não só do interior, mas do Estado.

Não podemos nos esquecer dos nossos nobres vereadores. Será que vão intimar o prefeito a prestar contas da ExpoAgro? Ou se furtarão diante de uma das suas funções básicas que é a de fiscalizar a aplicação dos recursos da municipalidade pelo executivo municipal? Não temos dúvida de que a resposta está condicionada aos tipos de legisladores: os subservientes, a maioria que mama na base do governo, dos que têm seus privilégios assegurados como empregos de parentes, aluguéis de veículos e outras regalias; os oportunistas: aqueles que se insinuam oposição, mas quando seus interesses pessoais são saciados, suas ideias, valores, opiniões e crenças ficam em plano secundário e, finalmente, os antagônicos, geralmente a minoria, resta saber se essa minoria vai ter a coragem de cobrar do prefeito o que é direito dos barreirenses: a abertura da caixa preta da Expoagro 2015.

Por Tenório de Sousa
Da Redação do Jornal Novoeste

Fonte: novoeste.com
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