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18
Fev/15

Pr. Adejarlan Ramos: PALAVRAS...

As palavras são poderosas. Edificam ou destroem. Alegram ou entristecem.

As palavras são criativas. Duas palavras podem se unir e adquirir um sentido diferente das duas bases individuais. Quem nunca ouvir falar em “mautorista”, “namorido”, “chafé”. São os “blend lexical”. Muito comuns nas construções musicais, literárias, jornalísticas e momentos de espontaneidade.

As palavras envelhecem. Assim como os seres vivos, as palavras também envelhecem. Algumas tornam-se melhores com a idade, outras acabam caducando. As palavras podem tornar-se arcaicas. Veja quiçá, vossa mercê, donzela, Tem até ciência que ajuda estipular a idade das palavras: a filologia. Segundo os estudiosos, elas tem até rugas pois o tempo imprime sinais específicos nas palavras. A vida moderna tem desgastado as palavras com mais rapidez.

As palavras são amistosas. Às vezes se unem com uma ou mais palavras com equivalência semântica de uma. São as locuções. Que podem ser adjetivas (camisa de algodão), adverbiais (às vezes, à noite), prepositivas (à cata, à procura).

As palavras sentem desconforto. Hoje se fala em linguagem politicamente correta. As palavras podem modelar sentimentos e emoções. No dizer de Baktin as palavras são assinaladas por uma apreciação social. Ouvi alguém dize,r pregando sobre o cego de Jerico: “...era cego mas era inteligente...” O “mas” sentiu desconforto neste momento pois abre a possibilidade de que normalmente os cegos não são inteligentes e so se tem duas alternativas: ou é cego ou é inteligente. As duas coisas não convivem juntas! Quanto desconforto foi proporcionado so por um “mas” mal colocado.

As palavras se disfarçam. Ela as vezes para criticar, censurar ou denunciar se comunica através do contrário. Isto de forma inteligente, no intuito de perturbar e conduzir à consideração de diversos matizes de significado. É a ironia. Tão presente nas obras Machadianas, Kafkiana, Socráticas e Kierkegardianas.

As palavras são portadoras de necessidades especiais. Haja vista os verbos defectivos. Por defectivos, compreende -se os verbos que ostenta defeito. Verbo defectivo são verbos que apresentam algum defeito em relação à sua conjugação. É o caso por exemplo do verbo demolir, polir.

Não entendo. Ainda há pessoas que acham que palavras são coisas mortas. São mais vivas do que imaginamos.

Escrever e falar é se relacionar com as palavras. Para o bom escritor e orador este relacionamento é sempre amistoso.

Há palavras... palavras...

Pr. Adejarlan Ramos
Pastor Auxiliar da Assembleia de Deus em Barreiras

Fonte: Blog do Sigi Vilares/Colunistas
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